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Definida pelo intelectual alemão Max Weber (1864-1920) como “a forma mais racional de exercício de dominação”, a burocracia não raras vezes costuma ser um entrave para o andamento de diversos processos. No Brasil, este é um tema especialmente sensível, tendo em vista as questões históricas vividas pelo país que o tornaram uma nação conhecida pelos seus intrincados trâmites. A terceirização tem sido apontada como uma aliada na luta pela desburocratização dos processos no país.

São muitos os rankings e levantamentos que apontam o Brasil como um dos países que mais enfrentam questões relacionadas à burocracia. Em um dos mais recentes, na primeira edição do Doing Business Subnacional, elaborado pelo Banco Mundial e publicado em 2021, o Brasil figura na posição 124, entre 190 países avaliados. “O alto número de procedimentos e a falta de coordenação consomem tempo produtivo das pequenas e médias empresas”, destaca o relatório.

O excesso de procedimentos necessários para o bom andamento dos negócios no país envolve tanto a dificuldade em abrir empresas no território nacional quanto a continuidade da gestão desses empreendimentos. Apesar do tempo médio que se leva para abrir negócios no Brasil ter diminuído sensivelmente nos últimos anos (era de 79,5 dias em 2017, segundo a edição daquele ano do Doing Business Global, e passou para 23 horas, de acordo com dados do Painel Mapa de Empresas e a Secretaria de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, em 2022), os gestores ainda vivem desafios no que concerne aos procedimentos necessários para a condução dos negócios.

Um exemplo disso está em outro dado levantado pelo Banco Mundial e divulgado em 2018 que aponta que empreendedores brasileiros levam em média 2.000 horas no ano para lidar com questões burocráticas e com trâmites de pagamento de impostos. Trata-se de um tempo considerável, dadas as dificuldades naturais da condução de empresas, tanto de porte pequeno quanto de portes médio e grande.

Para reduzir custos e intensificar esforços nas atividades ligadas diretamente ao corebusiness, a terceirização é uma arma poderosa na luta pela desburocratização nas empresas no Brasil. Há seções nos empreendimentos cujas funções podem ser atribuídas a instituições terceiras, facilitando a fluidez nos processos intra e interempresas. 

Quando uma empresa pode encarregar-se mais detidamente de seu produto ou serviços principais, há uma profunda facilitação de seus processos e de seu dia a dia. Segmentos específicos, quando terceirizados, podem ser executados por outras empresas especializadas, com conhecimento prévio de suas atribuições. 

Delegar funções é, afinal de contas, uma das formas com que os gestores podem dispor para aumentar a eficiência e produtividade de seus empreendimentos. Este paradigma, aplicado à noção de terceirização, pode contribuir também para a luta pela desburocratização no Brasil, afrouxando entraves que há tanto fazem parte do dia a dia dos empreendedores. Quanto mais iniciativas diferentes colaborarem juntas, mais fácil se torna o caminho para um mundo de negócios mais eficiente, menos custoso e mais fluido.

Por Ricardo Nunes, CEO da CorpServices, possui mais de 15 anos no mercado de tecnologia e atuou como Country Manager da Hitachi Consulting e Rodrigo Musse Lopes, CFO da CorpServices, foi sócio e CFO da Gávea Investimentos por dez anos e auditor e assessor tributário na PwC por nove anos.


Fonte

www.jornalcontabil.com.br

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