A maioria dos mercados asiáticos fechou em alta, enquanto os índices futuros de Nova York estendem os ganhos da véspera e sobem nesta manhã de quinta-feira (11), após uma surpresa com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho abaixo do esperado e antes da divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, previstos para às 9h30 (horário de Brasília).
Os movimentos ocorreram depois que a inflação de julho ao consumidor atingiu 8,5%, ligeiramente abaixo dos 8,7% esperados por analistas consultados pela Dow Jones, e levantou dúvidas se a inflação atingiu seu pico e o Federal Reserve (Fed) precisará subir taxas tão agressivamente quanto antecipado na reunião de setembro.
A temporada de resultados nos EUA, por sua vez, continua com relatórios de Rivian, Warby Parker, Poshmark e mais empresas.
Por aqui, Azul (AZUL4) e Bradespar (BRAP4) divulgam resultados antes da abertura do mercado, enquanto JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Cogna (COGN3) e várias outras empresas reportam seus números após o fechamento.
Em indicadores domésticos, será divulgado a pesquisa de Serviços em junho (9h), que deve desacelerar a alta, um dia depois da queda das vendas no varejo.
Confira mais destaques:
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta manhã após forte alta da véspera, quando a inflação para o consumidor subiu 8,5% no acumulado em 12 meses, uma desaceleração em relação a junho (+9,1%). Os dados vieram melhor do que o esperado pelo mercado, pois o consenso era de uma alta de 8,7% na anual, segundo a Refinitiv.
Contudo, durante a sessão da véspera, autoridades do banco central não deixaram dúvida de que continuarão apertando a política monetária até que as pressões sobre os preços sejam totalmente debeladas, apesar de a menor pressão sobre a inflação nos Estados Unidos ter aberto a porta para o Federal Reserve moderar o ritmo dos próximos aumentos da taxa de juros.
O Fed está “muito, muito longe de declarar vitória” sobre a inflação, disse o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, na Aspen Ideas Conference, apesar das notícias “bem-vindas” no relatório do índice de preços ao consumidor. Kashkari disse que não “viu nada que mude” a necessidade de aumentar a taxa básica do Fed para 3,9% até o final do ano e para 4,4% até o final de 2023. A taxa está atualmente na faixa de 2,25% a 2,5%.
Leia também: Inflação nos EUA surpreende para baixo e anima mercados, mas pode ser um “falso sinal”
Chamando a inflação de “inaceitavelmente” alta, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse acreditar que o Fed provavelmente precisará elevar sua taxa básica para 3,25%-3,5% este ano e para 3,75%-4% até o final do próximo ano, em linha com o que o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou após a última reunião do Fed em julho.
Os dados do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de julho estão programados para esta quinta-feira.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), +0,32%
- S&P 500 Futuro (EUA), +0,22%
- Nasdaq Futuro (EUA), +0,15%
Ásia
A maioria dos mercados asiáticos fechou no azul depois do dado de inflação melhor do que o esperado nos EUA, que fez com que as ações subissem de forma geral.
No noticiário do continente, o Banco Popular da China, em seu relatório de política monetária divulgado ontem (10), destacou o risco de inflação que está por vir. Dados oficiais divulgados na quarta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor da China atingiu uma alta de dois anos em julho.
“O [relatório de política monetária do BPC] propôs três fatores para o pivô da inflação elevada à frente: i) a recuperação do consumo após a onda Omicron; ii) o efeito de transbordamento da flutuação global do preço da energia; iii) a rápida reviravolta do ciclo da carne suína”, de acordo com um relatório de pesquisa do Citi.
- Shanghai SE (China), +1,60%
- Nikkei (Japão), -0,65%
- Hang Seng Index (Hong Kong), +2,40%
- Kospi (Coreia do Sul), +1,73%
Europa
Os mercados europeus operam sem direção definida nesta quinta-feira, com os investidores monitorando, além do noticiário econômico americano, uma série de resultados corporativos do continente europeu.
Siemens, Thyssenkrupp, Bilfinger, Novozymes, Rabobank, Zurich Insurance, M&G, Deutsche Telekom e Aegon estavam entre as principais empresas que reportaram lucros antes do gongo.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,10%
- DAX (Alemanha), -0,14%
- CAC 40 (França), -0,02%
- FTSE MIB (Itália), +0,39%
Commodities
As cotações do petróleo viram para alta após abrirem no vermelho. A queda de mais cedo ocorreu com investidores antecipando mais oferta de petróleo entrando no mercado, juntamente com uma demanda mais fraca.
Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram 5,5 milhões de barris na semana mais recente, informou a Administração de Informações sobre Energia dos EUA, mais do que o aumento esperado de 73 mil barris.
O fornecimento de gasolina aumentou na semana mais recente para 9,1 milhões de barris por dia, embora esse número ainda mostre que a demanda caiu 6% nas últimas quatro semanas em comparação com o mesmo período do ano passado.
- Petróleo WTI, +0,72%, a US$ 92,59 o barril
- Petróleo Brent, +0,70%, a US$ 98,08 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 2,28%, a 741 iuanes, o equivalente a US$ 109,97
Bitcoin
- Bitcoin, +6,08% a US$ 24.504,37 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
Nesta quinta-feira (11) é a vez do número do setor de serviços. O Itaú prevê um crescimento mensal de 0,5%, com o componente de serviços para o lar crescendo 1% na margem.
Nos EUA, sai o índice de preços ao produtor (PPI) e a média das projeções do mercado aponta para uma alta mensal de 0,3% em julho na comparação com o mês anterior.
Brasil
9h: Pesquisa de serviços de junho, com projeção do consenso Refinitiv de alta mensal de 0,5% e de alta anual de 6,1%
11h: Paulo Guedes, ministro da Economia, tem reunião com diretoria da Câmara Brasil–Alemanha
13h: Guedes participa de reunião com Bank of America
15h30: Guedes se reúne com economistas
17h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, profere palestra no encerramento do evento FEBRABAN TECH 2022
EUA
9h30: Índice de preços ao produtor (PPI) de julho, com projeção de alta mensal de 0,2% e alta anual de 10,4%
9h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal
Por Dentro dos Resultados
O InfoMoney realiza até 19 de agosto uma série de entrevistas do projeto Por Dentro dos Resultados com CEOs, CFOs e outros executivos de companhias de capital aberto no Brasil. Nesta quinta, Diego Villar, CEO, e Marcello Dubeux, CFO da Moura Dubeux (MDNE3), serão os entrevistados, às 15h. Assista pelo link.
3. Nova regra para dívida pública
Na discussão sobre uma nova regra fiscal de meta para a dívida pública, no lugar do teto de gastos, o ministro da Economia citou ao Estadão uma banda entre 50% e 70% para a relação entre a dívida bruta e o PIB, com alvo central de 60%, patamar da dívida de países emergentes. Apesar do modelo em estudo pelos técnicos da Economia, Guedes disse que não abre mão do teto de gastos. Mas não descarta ajustes. “Teto é bandeira, não é dogma”, afirmou. Segundo ele, o arcabouço fiscal ganhará ferramentas adicionais de controle. Entre elas, citou as receitas de privatização para a diminuição da dívida.
Carta aos Brasileiros
Hoje será lida a nova Carta em defesa da democracia em movimento de juristas da USP, às 11h, no Largo de São Francisco, São Paulo. Manifestações parecidas acontecerão em pelo menos 20 cidades.
O documento produzido em resposta aos ataques do presidente Bolsonaro às urnas foi assinado por aproximadamente 900 mil pessoas.
STF
O Supremo Tribunal Federal aprovou aumento salarial de 18% para juízes, o que terá impacto imediato nas contas públicas, embora ainda precise ser aprovado no Congresso.
4. Covid
Na última quarta-feira (10), o Brasil registrou 254 mortes e 29.945 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.
A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 217, redução de 5% em comparação com o patamar de 14 dias antes.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 24.038, o que representa baixa de 32% em relação ao patamar de 14 dias antes.
Chegou a 169.487.637 o número de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 78,89% da população.
O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 180.260.908 pessoas, o que representa 83,91% da população.
A dose de reforço foi aplicada em 102.242.936 pessoas, ou 47,59% da população.
Os estados de SP, RJ, MA, TO e AP não separam os números de terceira e quarta dose. Por esse motivo, os percentuais de reforço podem estar inflados.
5. Radar Corporativo
A temporada de balanços segue a todo vapor nesta quinta-feira. Após o fechamento, JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Localiza (RENT3), B3 (B3SA3), Cogna (COGN3), Hapvida (HAPV3), Natura (NTCO3), Oi (OIBR3), Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3), Via (VIIA3), entre outras companhias, divulgam seus números para o trimestre.
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), crescimento de 54,8% frente ao mesmo período de 2021, informou a instituição financeira estatal nesta quarta-feira (10). O resultado veio acima do consenso Refinitiv, que projetava lucro de R$ 6,48 bilhões.
A margem financeira líquida do banco cresceu 23,1%, para R$ 11,472 bilhões.
A Braskem (BRKM5) registrou um prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 7,4 bilhões do mesmo período do ano passado.
A petroquímica amargurou um pior desempenho em parte porque viu a sua receita líquida recuar cerca de 5%, chegando a R$ 25,4 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), por sua vez, caiu 19%, para R$ 3,9 bilhões.
A BRF (BRFS3) teve um prejuízo líquido de R$ 468 milhões no segundo trimestre de 2022, número 94,9% maior do que o prejuízo de R$ 240 milhões do mesmo período de 2021.
A receita líquida da companhia, segundo documento publicado na noite desta quarta-feira (10), foi de R$ 12,9 bilhões, crescendo 11,2% no ano. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi positivo em R$ 897 milhões, recuando 30,7% na mesma comparação.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)
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Fonte
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