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Após abrirem a sessão desta quinta-feira (23) em queda expressiva, na sequência das perdas registradas na véspera com o caso de “vaca louca” no Brasil, as ações das empresas do setor de frigoríficos registraram recuperação logo nos primeiros minutos do pregão.

Às 11h33 (horário de Brasília) desta quinta, a ação da Minerva (BEEF3) subia 1,49%, a R$ 11,57, após chegar a cair 2,72% na mínima do dia, enquanto JBS (JBSS3) avançava 3,24%, a R$ 18,49, depois de chegar a cair até 2,01%. Já  os papéis da Marfrig (MRFG3) chegaram a subir, mas passaram a cair 1,28%, a R$ 6,19, após queda máxima de 3,35%, enquanto os ativos da BRF (BRFS3) tinham baixa de 0,47%, a R$ 6,37; a queda máxima foi de 3,44% no dia.

Cabe ressaltar que, na última quarta, a ação BEEF3 fechou com perdas  de 7,92%, BRFS3 caiu 6,71%, JBSS3  teve baixa de 4,33% e MRFG3 desvalorizou 4,71%, ainda na esteira das suspeitas de “vaca louca” no país, confirmada  no início da noite.

O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou comunicado na véspera no qual informa que está adotando todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras depois da confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB, também chamado de mal da vaca louca) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).

Conforme o ministério, foi feito o comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico, ou ou seja, que surge de forma espontânea no animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano.

Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta.

Em comunicado, a Minerva afirmou ter sido notificada sobre a suspensão das exportações das unidades brasileiras para a China e que seguirá atendendo a demanda chinesa de carne bovina por meio de quatro unidades de abate, sendo três no Uruguai e uma na Argentina.

Segundo a Minerva, essa estratégia evitará que sua participação de mercado seja afetada, já que as unidades brasileiras que antes embarcavam a carne aos chineses agora estão suspensas.

Antes da abertura do mercado, o  Bradesco BBI destacou que a maior reação das ações deveria ter se registrado na sessão da véspera, relembrando um caso semelhante de 2021.

“De fato, em 2021, as ações tiveram uma recuperação parcial quando a suspensão das importações para a China foi confirmada, uma vez que já haviam caído antes, precificando o risco”, apontam.

Nesse cenário, os analistas esperam que as ações registrem volatilidade durante o período de suspensão, dependendo das expectativas de quando ela pode ser levantada – em 2021, a suspensão durou 3 meses e em 2019, durou duas semanas. As exportações brasileiras de carne bovina para a China representam cerca de 20-25% da receita da Minerva, 8% da Marfrig e 5% da JBS.

A Safra Corretora, assim como outros analistas, também reforçou que a “Minerva é a mais afetada”, já que tem, segundo a casa, 30% de sua receita atrelada à exportação para o país. Marfrig tem 10% de sua receita ligada à China, a JBS em torno de 3%, e a BRF, zero.

“Se assumirmos que o embargo leva dois ou três meses, o impacto para Minerva seria mais ‘pelo newsflow’ [fluxo de notícias] negativo do que efetivamente no bottom line [lucro líquido]”.

A Guide Investimentos lembrou que o país asiático é hoje o maior parceiro brasileiro na importação de carne bovina, sendo responsável por mais de 50% dos envios no ano passado.

“O governo chinês deve avaliar as informações fornecidas pelos órgãos responsáveis aqui no Brasil antes de efetivar a liberação dos embarques novamente”, disse a Guide.

Analistas do banco Santander disseram acreditar que a China vai usar o caso para barganhar preços mais baixos de carne.

A Reuters informou na véspera que o mercado do boi gordo “travou” e deixou frigoríficos no Brasil em compasso de espera, com abates suspensos em diversas regiões do país, especialmente aqueles que vendem carne para China.

(com Reuters)


Fonte

www.infomoney.com.br

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