Após o fim de um trimestre que ficou marcado negativamente com a queda do Bitcoin (BTC) para abaixo dos US$ 20 mil, o mês de julho fecha em meio a uma forte recuperação do mercado, que ganhou mais de US$ 200 bilhões em capitalização nos últimos 30 dias.
O Bitcoin engatou uma alta de quase 20% no período, acompanhando as bolsas em reação às mudanças no cenário macroeconômico e as seguidas subidas nas taxas de juros dos Estados Unidos para conter a maior inflação em 40 anos.
Apesar do aumento recorde de 75 pontos-base anunciados pelo Federal Reserve (Fed), e do receio de uma recessão na economia americana, o mercado passou a considerar que o aperto monetário pode ter alcançado o pico, e já começa a precificar a redução no ritmo de aumentos dos juros.
Ao mesmo tempo, investidores de criptos começam a mostrar sinais de que estão menos preocupados com uma contaminação generalizada no setor causada pela crise de crédito que se seguiu à queda do hedge fund Three Arrows Capital (3AC).
Ao mesmo tempo, o anúncio de uma nova data para uma atualização que fará o Ethereum (ETH) mudar seu sistema de mineração alimentou um forte rali na segunda maior criptomoeda do mercado. O ETH fecha julho com valorização de mais de 50%, no seu melhor resultado mensal desde janeiro de 2021 – apesar disso, a cripto não entra na lista deste mês.
Confira abaixo as maiores altas e baixas de julho de 2022, considerando apenas os 100 ativos mais valiosos (lembrando que o mercado de criptomoedas não fecha, portanto podem haver variações até o final do dia):
Maiores altas de julho
Diante dos ganhos do Ethereum, as altcoins com melhor resultado são as que foram impactadas pela especulação em torno da atualização na rede da criptomoeda.
É o caso do Lido (LIDO), token da plataforma de mesmo nome que disparou quase 400% em julho pela crença maior entre investidores de que o Ethereum irá adotar com sucesso o sistema de staking, que entrega rendimentos aos investidores em troca do trabalho de validação dos dados que trafegam na blockchain – a Lido é uma intermediadora de staking.
Em segundo no mês aparece a Ethereum Classic (ETC), criptomoeda que surgiu após uma bifurcação (fork) da rede do Ethereum em 2015 em meio a um hack de grandes proporções. Ao contrário do ETH convencional, a versão Classic manterá o mecanismo de mineração original.
Com isso, investidores têm a expectativa de que o Ethereum Classic poderá crescer ao herdar mineradores que deixarão o Ethereum a partir de setembro, quando ocorre a atualização. O token ETC registrou alta de 160% no mês que se encerra nesta semana.
Na ranking de altas do mês também aparecem o protocolo Curve DAO Token (CRV) e a Convex Finance (CVX), solução que maximiza os retornos dos ativos depositados na Curve.
O top 5 de maiores altas de julho ainda conta com o Bitcoin Gold (BTG), uma criptomoeda antiga surgida do código original do Bitcoin que disparou mais de 100% no mês sem uma causa clara.
As criptomoedas com as maiores altas de julho de 2022 (até às 13h30 do dia 29):
Criptomoeda | Fechamento do mês | Variação |
Lido DAO (LIDO) | US$ 2,25 | +398,45% |
Ethereum Classic (ETC) | US$ 38,84 | +160,32% |
Bitcoin Gold (BTG) | US$ 33,77 | +120,14% |
Convex Finance (CVX) | US$ 7,77 | +115,83% |
Curve DAO Token (CRV) | US$ 1,46 | +113,92% |
Maiores quedas de julho
A retomada deste mês foi forte a ponto de deixar a lista de maiores baixas com apenas quatro criptomoedas, e somente uma com queda realmente acentuada.
O pior resultado foi novamente da TerraClassicUSD (USTC), antes chamada apenas de TerraUSD (UST), que colapsou junto com o projeto Terra (LUNA) em maio. Apesar do projeto ter sido relançado, a antiga stablecoin permaneceu sendo negociada nas exchanges, mas seu preço continua muito longe da paridade de US$ 1 para a qual foi pensada.
Em meio à fuga completa de usuários e a esperança cada vez menor de que a blockchain Terra reviverá, a cripto fecha julho em queda de 51,49%, a US$ 0,03.
Na sequência aparece o UNUS SED LEO (LEO), token da exchange Bitfinex que ficou sozinho na lista de altas do primeiro semestre do ano, com ganho acumulado de mais de 48%. Após realização de lucros, a criptomoeda chega ao fim de julho com uma queda de 14%.
O recuo do LEO foi próximo dos 12,36% do Huobi Token (HT), também emitido por uma corretora cripto. A Huobi foi uma das exchanges que mais sofreram no “inverno cripto” e anunciou, no fim de junho, o corte de 300 funcionários.
A lista fecha com o Helium (HNT), criptoativo que promete criar uma internet descentralizada, mas que passa por crise em meio à queda brusca da remuneração oferecida aos investidores que toparam criar servidores para a rede.
As criptomoedas com as maiores baixas de julho de 2022 (até às 13h30 do dia 29):
Criptomoeda | Fechamento do mês | Variação |
TerraClassicUSD (USTC) | US$ 0,03642 | -22,20% |
UNUS SED LEO (LEO) | US$ 5,14 | -10,92% |
Huobi Token (HT) | US$ 4,486 | -7,44% |
Helium (HNT) | US$ 9,14 | -2,45% |
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Fonte
www.infomoney.com.br