Skip to main content

A semana começa agitada com a entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Roda Viva no fim desta segunda-feira (13). O dirigente deve ser amplamente questionado por jornalistas sobre possíveis mudanças nas metas de inflação após duras críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do governo nos últimos dias.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta quinta-feira (16). Será o primeiro encontro após a eleição de Lula. O órgão é responsável por estabelecer as metas que devem ser seguidas pelo Banco Central. A expectativa do mercado é de que seja inserida na pauta do encontro a possibilidade de antecipar a definição das metas de inflação – esperada para junho.

As dúvidas em torno do tema têm ajudado a acelerar a deterioração das expectativas de inflação. Nesta semana, o Relatório Focus, do Banco Central, voltou a mostrar uma elevação das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano e nos próximos dois. A pesquisa trouxe ainda uma piora nas projeções para a Selic de 2023 e 2024.

Preocupações também com a inflação americana. Investidores iniciam a sessão cautelosos, à espera dos dados do Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), que serão apresentados amanhã (14). O consenso Refinitiv prevê que o indicador tenha avançado 0,4% em janeiro na comparação com dezembro. Na base anual, a alta deve ser de 6,2%.

No Tesouro Direto, a maior parte dos títulos públicos opera com queda nas taxas no início da manhã. Na primeira atualização do dia, o piso mínimo de juro real oferecido por papéis atrelados à inflação era de 6,17%. Percentual que era entregue pelo Tesouro IPCA+2026. Na sexta-feira passada, a remuneração real oferecida pelo título era de 6,21%.

No mesmo horário, apenas um título prefixado apresentava alta nos retornos: o papel com vencimento em 2026. Na abertura dos negócios, o valor oferecido por ele era de 13,06% ao ano, acima dos 13,00% vistos na sexta-feira anterior.

Desde a última quinta-feira (9), dois títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+2032 e 2040) estão com as negociações suspensas, devido ao pagamento do cupom semestral, que ocorre nesta quarta-feira (15).

Por regra do Tesouro Direto, o investimento em títulos que têm cupom de juros é suspenso quatro dias úteis antes da data do pagamento. Da mesma forma, há mudanças nos resgates, que são interrompidos dois dias úteis antes do pagamento do cupom.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na manhã desta segunda-feira (13): 

Fonte: Tesouro Direto

Focus, salário mínimo e Lei das Estatais

Os analistas do mercado financeiro mantiveram nesta semana a tendência de alta nas projeções para a inflação tanto de 2023 como de 2024, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (13) no Relatório Focus, do Banco Central. A expectativa para o IPCA para este ano subiu de 5,78% para 5,79%, na nona alta seguida.

Onde Investir 2023: receba um e-book e conheça a visão de especialistas sobre as melhores escolhas para o ano

A projeção de inflação oficial de 2024 também avançou, de 3,93% para 4,0% (quarta semana seguida de elevação), enquanto a de 2025 subiu de 3,50% para 3,60% e a de 2026 permaneceu em 3,50%.

Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA também manteve a expectativa de alta na semana, passando de 8,44% para 8,53%, na 11ª semana de alta. Há um mês, a projeção estava em 6,95%. Para 2024, subiu de 4,24% para 4,29. Já as estimativas para 2025 e 2026 foram mantidas em 3,67% e 3,50%, respectivamente.

Na esteira de altas nas projeções de inflação, a previsão para a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) subiu, de 12,50% para 12,75% em 2023, enquanto a de 2024 avançou para 9,75% para 10,0%. Ao mesmo tempo em que a de 2025 foi mantida em 9,0% e a de 2026 permaneceu em 8,50%.

Por outro lado, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 caiu de 0,79% para 0,76%, enquanto a de 2024 foi mantida em 1,50%, Já a de 2025 recuou de 1,89% para 1,85%. A de 2026 continuou em 2,0%.

A estimativa para o dólar também foi mantida em R$ 5,25 para este ano, e em R$ 5,30 para 2024, 2025 e 2026. Por outro lado, a projeção subiu de R$ 5,30 para R$ 5,33 em 2026.

Também na cena econômica, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, deve passar por aumento ainda este ano. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro.

“Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (12), na TV Brasil.

Além do novo reajuste, a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo é uma das prioridades da pasta. De acordo com o ministro, a política mostrou bons resultados nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marinho foi ministro do Trabalho, entre 2005 e 2007.

Olhar atento também para a notícia de que o governo e a cúpula do Senado chegaram a um acordo e o projeto que altera a Lei das Estatais deve avançar. A apuração é do jornal Valor Econômico.

Segundo o periódico, a ideia é que mudanças no texto sejam costuradas em acordo pelas duas Casas do Congresso Nacional e a matéria retorne para que os deputados confirmem o texto final sem maiores dificuldades.

EUA X China

Investidores também seguem atentos à escalada do conflito geopolítico entre os EUA e a China. Os americanos derrubaram no domingo (12) mais um objeto voador não-identificado, dessa vez sobre o Lago Huron, perto da fronteira com o Canadá. Esse é o quarto incidente do tipo desde o dia 4 de fevereiro.

No início deste mês, um balão atravessou a América do Norte, chamando a atenção global e provocando um impasse diplomático entre os dois países.


Fonte

www.infomoney.com.br

Leave a Reply

1