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A Quantitas Investimentos é uma gestora com algumas particularidades. A primeira, é a sua localização: ela fica baseada em Porto Alegre, e não no tradicional circuito financeiro da Avenida Faria Lima, na capital paulista. A segunda diz respeito a seus resultados: seu principal fundo multimercado, o Quantitas Mallorca, nunca terminou um ano com rendimento abaixo da taxa do CDI.

Rogério Braga, sócio e gestor Quantitas Investimentos, nascida em 2011, foi o convidado do episódio número 64 do podcast Outliers.

Braga é responsável pela gestão dos fundos de renda fixa e multimercados da Quantitas. Além do seu núcleo de gestão, existem ainda os núcleos de ações (long only e long & short), liderados por Wagner Faccini e Marcel Kussaba.

Braga reforça que embora sejam separados, os núcleos de gestão realizam interações de troca de risco e de informações. O Quantitas Mallorca, carro-chefe da gestora, por exemplo, tem parte do risco destinada às estratégias long & short e long only da gestora. Também existe troca de ideias para trades (compra/venda de ações) quando os gestores desejam se posicionar diretamente na Bolsa.

No núcleo de multimercados trabalham sete profissionais de investimentos, segmentados entre as áreas de juros, ações, câmbio e internacional e inflação.

“Ninguém fica em terra firme”, diz Braga.

Um fato interessante em relação à Quantitas é a dinâmica de tomada de decisão. Braga conta que 70% do risco da gestora é oriundo de decisões individuais, uma dinâmica que, segundo ele, tem funcionado bem na gestora. O Quantitas Mallorca, em seis anos de existência, nunca encerrou um ano abaixo do CDI. “Somos caçadores de ineficiências “, afirma o gestor.

Carro-chefe

Levando o nome de uma ilha da região ocidental do Mar Mediterrâneo, na Espanha, o Quantitas Mallorca é um fundo multiestratégia de destaque. No acumulado, a carteira rendeu quase o dobro do CDI em seis anos, com uma variação de retorno de 102,7% (contra 55,4% do seu benchmark).

Para Braga, a geração de retornos do fundo é resultado da busca por ineficiências, e o objetivo é ser especialista no mercado local, entregando um trabalho de qualidade no mercado doméstico. Resultado disso, ainda segundo o gestor, é a Quantitas estar em primeiro lugar no ranking anual do Banco Central de projeções de inflação em 2021.

Inflação no centro das atenções

Um ambiente persistentemente inflacionário é a visão atual da casa, entendendo que mesmo com o objetivo de enxugar a liquidez por parte dos Bancos Centrais, existem alguns vetores de riscos que podem ou não prevalecer no cenário atual. Para Braga, é muito mais difícil ter um ritmo de retirada na mesma magnitude que o da injeção de estímulos. Por isso, a inflação ainda está no radar.

Para 2022, as projeções da gestora apontam para a inflação em 9% no Brasil, acima do consenso do mercado, que vem revisando os índices nos últimos tempos. No longo prazo, a gestora enxerga uma inflação entre 6% e 7% ao ano.

Em termos de posicionamento, Braga conta que o fundo tem uma posição não muito convencional: vendidos em inclinação da inflação implícita, ou seja, esperando que as projeções de inflação no curto prazo subam e as de longo prazo caiam.

Da parte de juros americanos, olhando para a desaceleração econômica, a Quantitas entende que as oportunidades de ganhos para ficar comprados em juros são menores, por isso estão com postura neutra. Na bolsa dos EUA, Braga afirma que ainda há espaço para quedas. Por isso, os fundos estão com posições zeradas, principalmente devido à falta de clareza acerca da sequência de alta dos juros americanos.

O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.


Fonte

www.infomoney.com.br

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