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Depois de três anos desde a última vez em que se encontraram presencialmente com os acionistas, Warren Buffett e Charles Munger ficaram, novamente, diante de dezenas de milhares de pessoas que participam do encontro anual da Berkshire Hathaway neste sábado (30). Por conta do tamanho do público que acompanha a conferência em Omaha, Nebraska, o evento ficou conhecido como o “Woodstock do capitalismo”.

Buffett iniciou os trabalhos apresentando os resultados trimestrais da Berkshire Hathaway, divulgados antes do início da conferência. A holding reportou uma queda de 53% no lucro líquido do 1º trimestre, para US$ 5,46 bilhões. Mas Buffett prefere destacar o lucro operacional, de US$ 7 bilhões, que ficou praticamente estável em relação a um ano antes, e disse que “não houve surpresas em relação aos resultados”.

O primeiro trimestre da gestora foi marcada por um grande volume de compra de ações no mercado americano, de US$ 51,1 bilhões. O pico de compras aconteceu entre os dias 21 de fevereiro e 15 de março, período em que a Berkshire desembolsou US$ 41,025 bilhões. Depois disso, segundo Buffett, o mercado ficou “letárgico”. Em abril, a empresa não comprou ações.

O lendário investidor também disse que a Berkshire Hathaway sempre terá muito caixa, para aproveitar oportunidades quando surgirem.

“Sempre teremos muito caixa. É como oxigênio, está lá o tempo todo, mas se desaparecer por alguns minutos, está tudo acabado”, disse Buffett.

A holding também terminou  o trimestre com um estoque de caixa de US$ 106,3 bilhões.

Ao responder as perguntas dos acionistas, soltou uma crítica: afirmou que, nos últimos dois anos, os mercados se comportaram como um cassino ou casas de apostas, com o estímulo de Wall Street.

“A Berkshire Hathaway conseguiu comprar 14% da Occidental Petroleum em duas semanas no mercado aberto. Pense como isso é absurdo. Muitas pessoas estavam tratando o mercado como um cassino”, disse.

A plateia também fez perguntas sobre as seguradoras Geico e Progressivo, controladas pela Berkshire, e um investidor trouxe um questionamento inusitado, sobre os riscos de uma guerra nuclear para essas empresas. De forma bem humorada, Munger respondeu de bate pronto: “se houver uma guerra nuclear, vou rastejar para debaixo da minha mesa e me despedir do mundo”.

Buffett disse que o mundo está no meio de um jogo de “cara ou coroa”, diante do potencial destrutivo do armamento nuclear disponível hoje. De forma geral, a Berkshire Hathaway não consegue mensurar sua exposição ao risco de uma guerra com armas nucleares.

As  maiores da carteira

Os números do primeiro trimestre indicam que a holding aumentou de forma significativa sua participação em empresas do setor de energia no primeiro trimestre do ano, com destaque para a Chevron. A Berkshire Hathaway tem US$ 25,9 bilhões investidos na companhia, cujos papéis subiram mais de 30% nos três primeiros meses do ano, impulsionados pelo alta do petróleo.

Assim, a Chevron entra para o “top 4” da Berkshire, depois de American Express (US$ 28,4 bilhões), Bank of America (R$ 42,6 bilhões) e Apple, onde a gestora tem uma fatia US$ 159,1 bilhões investidos. Durante a conferência, Buffett afirmou ter comprado mais ações da Apple no primeiro trimestre do ano. O CEO da empresa, Tim Cook, está na plateia do evento.

A carteira de ações da Berkshire Hathaway é avaliada em US$ 390 bilhões.

Aversão a criptomoedas?

Buffett e Munger receberam uma pergunta assertiva de uma jovem investidora: qual empresa eles escolheriam para investir, sabendo que teria um bom desempenho em um cenário difícil de mercado. Os mega investidores não escolheram nem um nome, mas deixou um alerta sobre criptomoedas.

“Se alguém te disser para investir seu dinheiro da aposentadoria em bitcoins, diga não”, disse Munger, arrancando risos e aplausos da plateia.

Sucessão

Buffett foi questionado sobre o futuro da Berkshire e mega investidor disse que não há motivo para preocupação. A cultura que prioriza o acionista deve permanecer, mesmo quando ele não estiver mais na companhia. “Se tivermos a mesma cultura, estaremos aqui daqui a 100 anos””, disse.

Mais cedo, Charlie Munger chamou de “ridícula” a proposta de destituir Buffett do board da Berkshire Hathaway. O Calpers, fundo de pensão que administra a aposentadoria de funcionários públicos da Califórnia e acionista da empresa propõe que o conselho de administração da Berkshire tenha um presidente independente.

Atualmente, Buffett é CEO e também presidente do board.

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Fonte

www.infomoney.com.br

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