O setor de educação da bolsa pode se recuperar impulsionado pela retomada do crescimento do volume de empréstimos do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), escreveu em relatório o analista Javier Martinez de Olcoz Cerdan, do Morgan Stanley.
Segundo ele, o Fies “pode ser um impulsionador positivo em uma indústria barata que carece de catalisadores”. O comentário do banco veio após declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente líder das pesquisas de opinião, sobre programas de financiamento educacional.
Segundo Lula, os programas voltados à educação superior, como o Fies e Programa Universidade para Todos (Prouni), “voltarão com força” em caso de sua vitória, o que vem levando à uma valorização de nomes do segmento educacional na última semana.
O time de research do banco lembra que o programa foi um divisor de águas no passado e agora pode ser um catalisador relevante para um setor que foi rebaixado para os múltiplos mais baixos de todos os tempos (5x EV/Ebitda), oferecendo uma recompensa de risco atraente, mas segundo analistas, não há catalisadores diante de um cenário macro desafiador, que manteria a admissão e a evasão sob pressão.
Diante disso, o Morgan Stanley vê como razoável a liberação de recursos na ordem de R$ 18 bilhões (270 mil novos empréstimos), o que teria um impacto positivo nos preços, potencialmente encerrando a guerra de preços no setor, gerando uma melhoria de receita de aproximadamente 10% no setor.
Segundo estimativas, um aumento de 10% da receita implicaria em um aumento de 20% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e um impacto ainda maior no lucro por ação, pois as empresas estão funcionando com capacidade ociosa, podendo capturar a receita incremental sem precisar investir muito em capex ou opex.
Por fim, analistas acreditam que todo o setor se beneficiaria com mais Fies, principalmente empresas listadas, pois deveriam capturar mais uma vez boa parte desses contratos.
Em um cenário de maior distribuição de crédito, os players com foco em volume devem ter o maior valorização, com Ebitda crescendo entre 27-38% em 2028 (após maturação do Fies).
Também enxergam vantagens para players focados em qualidade (15-20%), mas se os empréstimos forem mais restritivos, eles podem se beneficiar mais devido ao perfil dos alunos.
Fonte
www.infomoney.com.br