Skip to main content

*David Z Morris

Michael Levy é um empresário do mercado de criptomoedas que investe em tokens não fungíveis (NFTs). Atualmente, ele está lançando uma ferramenta para empréstimos garantidos por NFTs chamada Flowty. Mas Levy não é um “cripto nativo” obstinado – e é exatamente isso que o torna importante.

Em vez de chegar ao setor pelo lado técnico, como tantos líderes e desenvolvedores atuais, ele deixou seu hobby de colecionar artigos esportivos e seguiu em outra direção.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

“Antes de encontrar NFTs, a maior paixão que eu tinha por colecionar girava em torno de bobbleheads (bonecos) da MLB (Major League Baseball, a principal liga de beisebol do mundo)”, disse ele ao CoinDesk. “Um amigo meu e eu escolhíamos um novo estádio todo ano e viajávamos para lá para um jogo de bobblehead.”

Isso, claro, foi antes da pandemia do Covid-19. Como quase todo mundo, Levy ficou entediado durante os lockdowns no início da pandemia. Mas, ao contrário dos traders noob (novatos) que acionaram a Robinhood ou a Coinbase para preencher o vazio existencial escancarado, Levy não teve que se afastar muito de suas atividades anteriores.

“Em setembro de 2020”, disse, “vi um tuite que dizia que a NBA havia anunciado e lançado colecionáveis digitais”. Ele imediatamente tentou se inscrever na “NBA Top Shot”, a série de NFTS de videoclipes da liga de basquete, mas a plataforma ainda estava em closed beta (versão de teste para um grupo seleto) na época. Levy disse que conseguiu um convite enviando mensagens diretamente para a equipe da Top Shot, entrando quando “provavelmente havia 200 ou 250 usuários ativos. Muito cedo.”

A Top Shot rapidamente se tornou a primeira grande marca de NFTs verdadeiramente bem-sucedida, gerando grande interesse. Os preços dispararam no início de 2021, mas logo retrocederam significativamente à medida que o frenesi em torno dos tokens não fungíveis esfriou. O envolvimento inicial de Levy valeu a pena. Mas não foi a experiência em criptomoedas que abriu seus olhos para a oportunidade.

“Eu olhei para isso como alguém que colecionava cartões esportivos enquanto crescia”, disse ele. “De muitas maneiras, os (NFTs) são cartões esportivos 2.0. Eles são muito mais compartilháveis e são essencialmente sem fronteiras.”

Claro, a principal diferença é que você pode segurar um bobblehead ou um cartão de beisebol na mão. Mas como colecionador veterano, Levy não acha que isso seja uma grande distinção.

“Se você detalhar o que torna um objeto físico atraente para você… muitos, se não todos esses mesmos princípios se aplicam aos ativos digitais”, argumentou. “O que o torna significativo não é o cartão físico, nem a imagem, nem a reação que a imagem evoca. É simplesmente porque sinaliza para as pessoas ao redor que ‘sou fã de basquete, valorizo objetos escassos e gosto desse jogador e gosto desse time’”.

Mas a criptomoeda também possibilita fazer coisas novas e malucas com esses colecionáveis, como usá-los facilmente como garantia para empréstimos. A nova plataforma Flowty de Levy visa facilitar isso, e sua natureza ponto a ponto (peer-to-peer) endereça parcialmente o grande desafio de como avaliar esses ativos digitais voláteis como garantia. A resposta é simples: a Flowty permite que os usuários decidam.

“Você escolhe um NFT do seu inventário e insere os parâmetros de [empréstimo] que está procurando. Você pode dizer “eu tenho um NFT. Acho que vale US$ 5 mil. Quero emprestar US$ 2 mil e estou disposto a pagar 3% em um período de 30 dias’. E se [um credor estiver] confortável com a oferta, eles são livres para financiar esse empréstimo. Em seguida, os credores recebem o empréstimo de volta ou recebem a garantia [NFT], e a contraparte não pode fazer nada hostil. É tudo sem confiança e descentralizado.”

Há preocupações de que a financeirização de NFTs possa ter impactos imprevisíveis no mercado ou aumentar o risco do detentor. Mas, como aponta Levy, uma vez que você supera a tecnologia, a Flowty não está fazendo nada tão radical. “Você pode levar um relógio ou uma pintura a uma loja de penhores e obter um empréstimo. É uma transação muito, muito semelhante.”

Uma incerteza que Levy vê no universo de NFTs é o desafio técnico de “transferir” ativos de uma blockchain para outra. A Flowty, como a Top Shot e a CryptoKitties (coleção de gatinhos), foi construída em uma blockchain chamada Flow. “Como uma pessoa relativamente popular, a Flow é acessível e fácil de usar, e alinhada com essas grandes marcas”, disse Levy sobre o apelo central da rede.

Mas essa facilidade de uso vem com compensações, incluindo “desistir de alguma descentralização e segurança”, falou Levy. Isso pode ser mitigado conectando-se a outras blockchains, mas grandes hacks recentes de plataformas que fazem a ponte entre as redes, como a Ronin e a Wormhole, lançaram dúvidas sobre a viabilidade de tais conexões “cross-chain”.

“Pode ser apenas um viés de recência (fenômeno psicológico em que se dá mais importância para eventos recentes, sem considerar o histórico todo), mas muitas pessoas disseram que se não pudermos resolver o problema da ponte, pode não acabar sendo um futuro [cross-chain]”, disse Levy. Se essa tese se mantiver, Levy acredita que haverá consolidação de longo prazo à medida que cadeias isoladas perdem utilidade. “Haverá spin-offs e alternativas, mas provavelmente um grupo com quatro ou cinco surgirá com o tempo”, observou ele.

Naturalmente, ele acha que a Flow (junto com sua biblioteca) será uma delas.

*David Z Morris é editor de colunistas do CoinDesk 

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney


Fonte

www.infomoney.com.br

Leave a Reply

1