InfoMoney | Cirptos hoje: Bitcoin se mantém abaixo de US$ 17 mil e mercado cripto segue “travado” após crise da FTX

Apesar do leve recuo apresentado ontem, o Bitcoin (BTC) se mantém praticamente de lado nos últimos dez dias, sempre rondando o patamar de US$ 17 mil, enquanto o resto do mercado de criptomoedas se mantém em campo negativo nesta quinta-feira (8).

Em entrevista ao CoinDesk, Joe Orsini, vice-presidente de pesquisa da plataforma de gerenciamento de ativos digitais Eaglebrook Advisors, atribuiu a resistência do Bitcoin a uma desaceleração pelo menos temporária das más notícias decorrentes do colapso da exchange cripto FTX e outros fiascos do setor este ano.

“Quando se trata do inesperado, nenhuma notícia é uma boa notícia”, disse Orsini. “Tivemos algumas coisas acontecendo desde as notícias da FTX, é claro, a falência da BlockFi que foi relativamente cara em saber que eles meio que dependiam do resgate da FTX-Alameda, e agora você tem preocupações com alguns dos credores […] Mas tem demorado a acontecer e não houve aquela segunda onda de choque”.

O Ethereum (ETH) opera um pouco acima dos US$ 1.200, praticamente estável nas últimas 24 horas. Outras grandes criptomoedas passaram grande parte da quarta no vermelho, embora sem força para cair mais conforme os investidores continuaram a analisar os indicadores econômicos recentes, sugerindo que a política monetária hawkish do Federal Reserve não afetou tanto a inflação quanto se esperava.

As criptos acompanharam mais uma vez os mercados de ações dos EUA, que recuaram, com o Nasdaq e o S&P 500 caindo 0,5% e 0,1%, respectivamente, em meio a temores inflacionários, embora o desempenho das ações tenha melhorado em relação às quedas mais acentuadas dos dois dias anteriores.

Os mercados receberam um empurrão extra ontem, após a China anuncioa que estava abandonando suas restrições mais severas à Covid. As medidas da China para limitar a mortalidade pela doença têm desacelerado o crescimento econômico da segunda maior economia do mundo.

Orsini, da Eaglebrook Advisors, disse que um contágio adicional poderia desestabilizar os mercados. “O importante a considerar é se a notícia chegar e se houver contágio real, isso levará a vendas ou liquidações forçadas ou a uma pressão de venda mais forte?”, questionou ele, embora continuasse otimista sobre uma recuperação do setor cripto.

“O preço tem um talento especial para mudar o sentimento”, disse ele. “Quando as coisas estão à venda, as pessoas as querem menos. Acreditamos que, a longo prazo, esses declínios impulsionados por eventos têm muito pouco significado para a tecnologia subjacente”.

“O Bitcoin tem características específicas que o tornam uma forma de dinheiro realmente atraente e com potencial para conquistar o mercado do dinheiro fiduciário. E com o Etherium, a capacidade de automatizar transações e a qualidade dos empreendedores que entram no ecossistema não está mudando”, afirmou.

Orsini completou: “Os ciclos acontecem e estamos em um mercado em baixa há cerca de 13 meses, e esses (mercados em baixa) são onde estão as oportunidades para investidores de longo prazo”.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

Juiz do caso Celsius ordena que empresa devolva US$ 50 milhões em cripto para titulares de contas

Um juiz de falências dos EUA envolvido no caso de falência da Celsius Networks ordenou que a empresa devolva US$ 50 milhões em criptoativos aos usuários de contas de custódia, informou a Bloomberg nesta quinta-feira.

A Celsius, cerca de um mês após seu pedido de falência, conforme relatado pelo Coindesk, entrou em setembro com pedido de devolução dos fundos dos detentores de custódia, antes de uma audiência separada para abordar questões em andamento sobre seus esforços para reestruturar e relançar suas operações.

De acordo com o registro, a Celsius tem cerca de 58.300 usuários que depositaram coletivamente mais de US$ 210 milhões, com 15.680 clientes detendo “ativos de custódia pura” no valor de cerca de US$ 44 milhões.

Comitê do Senado vai intimar Sam Bankman-Fried, da FTX, se ele não testemunhar voluntariamente

O Comitê Bancário do Senado quer que Sam Bankman-Fried compareça pessoalmente na próxima semana para discutir o colapso da FTX, e o intimará se ele não comparecer voluntariamente, disse uma carta de seus líderes na quarta-feira.

Os senadores Sherrod Brown e Pat Toomey, respectivamente o presidente e membro do comitê, escreveram uma carta pública à Bankman-Fried, que renunciou como residente da exchange no mesmo dia em que entrou com pedido de falência.

O comitê irá realizar uma audiência na quarta-feira, 14 de dezembro, um dia após o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara realizar sua própria audiência sobre a exchange.

“O colapso da FTX causou danos financeiros reais aos consumidores e os efeitos se espalharam para outras partes da indústria cripto. O povo americano precisa de respostas sobre a má conduta de Sam Bankman-Fried na FTX”, disseram os legisladores em uma declaração preparada. “O Comitê solicitou que ele testemunhasse em nossa próxima audiência sobre o colapso da FTX e considerará outras ações se ele não cumprir”.

O maior fundo de pensão do Canadá não está mais considerando o investimento em cripto

Tendo conseguido contornar os investimentos em cripto que queimaram dois outros grandes fundos de pensão canadenses, a CPP Investment (CPPI) disse que não está mais buscando oportunidades nesse setor, informou a Reuters.

Embora recusando-se a comentar os motivos específicos, a Reuters disse que o CPPI apontou para comentários feitos no início deste ano pelo CEO John Graham: “Você realmente quer pensar sobre qual é o valor intrínseco subjacente de alguns desses ativos e construir seu portfólio de acordo… Diria que a criptografia é algo que continuamos a observar e tentar entender, mas não investimos realmente nela”.

Assim, o fundo, que administra 529 bilhões de dólares canadenses (US$ 388 bilhões) para quase 20 milhões de pessoas, conseguiu evitar as perdas sofridas pelos colegas Ontario Teachers’ (250 bilhões de dólar canadenses), que teve que amortizar totalmente seu investimento de US$ 95 milhões em cripto na exchange FTX, e o Caisse de Depot et Placement du Quebec (300 bilhões de dólares canadenses), que amortizou totalmente seu investimento de US$ 150 milhões na Celsius Network.

CEO da Coinbase confirma as expectativas de que receita irá cair mais de 50% em 2022

O CEO da Coinbase, Brian Armstong disse que a receita da empresa será metade ou menos do que foi no ano passado, já que a bolsa de criptomoedas luta em meio a quedas acentuadas nos preços dos ativos digitais e efeitos contínuos de várias falências este ano, incluindo o recente colapso da rival FTX.

“No ano passado, em 2021, fizemos cerca de US$ 7 bilhões em receita e cerca de US$ 4 bilhões em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) positivo, e este ano, com tudo caindo, parece, você sabe, cerca de metade disso ou menos”, disse Armstrong em entrevista na televisão. A Coinbase realmente gerou US$ 7,8 bilhões em receita em 2022, de acordo com o FactSet.

O declínio estimado não é novidade para os players do mercado. Analistas consultados pela FactSet antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre da Coinbase estimaram que a receita anual da Coinbase em 2022 seria de US$ 3,3 bilhões. Atualmente, eles estimam que seja de US$ 3,2 bilhões, o que representaria uma queda de 59% em relação a 2021.