Skip to main content

A senadora Simone Tebet (MDB), candidata à Presidência da República, afirmou, nesta sexta-feira (26), que integrantes de seu próprio partido tentaram barrar sua candidatura nestas eleições, em busca de alinhamento a outra campanha ao Palácio do Planalto.

“Tentaram puxar meu tapete até pouco tempo atrás. Se tivesse um tapete aqui, eu já teria caído da cadeira também”, afirmou em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. A parlamentar foi a quarta presidenciável a participar de sabatina na emissora.

“Tive de vencer uma maratona com muitos obstáculos. Nós tivemos oito candidatos, e eu permaneci. Passou Natal, virou Ano Novo, chegou o Carnaval, disseram que o partido seria cooptado, depois que iria para uma outra candidatura. Tentaram, numa fotografia recente, levar o partido para o ex-presidente Lula (PT), judicializaram a minha candidatura e foi imediatamente rejeitada a ação. A todo momento me impedindo de fazer exatamente isso: que o partido não é mais fisiológico”, continuou.

Depois de ter vencido a queda de braço com correligionários, Tebet fala em mudança no perfil da sigla, embora não conte com o apoio efetivo de diversas figuras influentes do MDB.

“O MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e seus caciques. É o maior partido do Brasil. Um partido que vem redemocratização. O meu partido é o partido de Ulysses Guimarães, de Tancredo Neves, de Mário Covas, de homens desbravadores, corajosos e, acima de tudo, éticos, que têm espírito público e vontade de servir o povo”, pontuou.

Questionada sobre como seria possível construir o nível de apoio político necessário para governar, Tebet disse que o modelo atual, conhecido como “presidencialismo de coalizão” (a que a candidata se referiu como “presidencialismo de cooptação), precisa ser substituído pelo que ela tem chamado de “presidencialismo de conciliação”.

“Nós vamos trazer para perto pessoas que pensam como nós, que têm os mesmos projetos, que têm soluções concretas para os problemas reais do Brasil”, pontuou.

Confrontada pelo fato de parte importante do MDB não trabalhar por sua candidatura à presidência, a parlamentar culpou o momento de polarização política pelo qual o país passa.

“Nós estamos diante de uma polarização. Uma polarização política, ideológica, que está levando o Brasil para o abismo. Essa é a grande realidade. Então, você tem uma polarização que faz com que os partidos ou alguns companheiros sejam cooptados”, disse.

“Minha candidatura não vem para dividir. Ninguém governa o país sozinho e deixa os companheiros. Nós sabemos das dificuldades regionais. Eu estou vindo de um estado conservador. Diante deste quadro, eu tenho que dar liberdade para os meus companheiros”, complementou.

Pauta feminina

Durante a entrevista, Simone Tebet prometeu que, se eleita presidente, a primeira proposta que pedirá para ser pautada na Câmara dos Deputados é um projeto já aprovado pelo Senado Federal que determina equidade salarial entre homens e mulheres.

“A mulher ganha 20% menos que o homem exercendo a mesma função ou mesma atividade. Se for preta, ela recebe 40% menos. Qual é a lógica disso? E não é só por ela, pelo reconhecimento, 20% disso vai direto para o mercado, vai direto para a economia. Isso gera emprego direto, indireto”, argumentou.

Em seu plano de governo, a candidata diz que pretende formar um ministério com o mesmo número de homens e mulheres no comando das pastas. O discurso destoa da postura adotada pelo seu próprio partido, o MDB, nessas eleições, ao lançar apenas 33% de suas candidaturas encabeçadas por mulheres.

“É contra isso que a gente luta. Mas são todos [os partidos]. Não dá para tirar o MDB e martirizar o partido. É tudo uma comparação… Eu lamento, eu luto”, rebateu.

Agenda econômica

Em algumas passagens da sabatina, Tebet fez questão de exaltar seu time de assessores econômicos liberais. A candidata tem garantido ser possível compatibilizar o compromisso com as contas públicas e um plano ambicioso de programas sociais.

No programa de governo protocolado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela promete criar um benefício de renda mínima para eliminar a pobreza extrema no país, outro programa permanente de transferência de renda com condicionantes de frequência na escola, saúde preventiva e vacinação em dia, zerar a fila de cirurgias no SUS e construir um milhão de casas populares.

“Nós temos o melhor time de economistas liberais do Brasil. Temos um compromisso fiscal, mas como meio de se alcançar a responsabilidade social. O eixo do meu governo são as pessoas, a agenda social, erradicar a miséria, diminuir a pobreza e acabar com a fome no Brasil”, disse.

Segundo a candidata, os recursos para o programa habitacional viriam do chamado “orçamento secreto” − nome dado às emendas de relator-geral ao Orçamento, instrumento que confere ainda mais poder aos parlamentares sobre as despesas do governo.

Já para bancar o benefício de R$ 600,00 mensais a uma parcela da população, a ideia seria abrir caminho para a liberação de recursos extraordinários, portanto por fora do teto de gastos, em montante estimado em R$ 60 bilhões.

No caso das filas do SUS, o caminho sugerido seria de decretar estado de calamidade ou emergência e encaminhar recursos para auxiliar as prefeituras na realização de exames e tratamentos médicos pendentes.


Fonte

www.infomoney.com.br

Leave a Reply

1