O Ibovespa fechou em alta de 1,10% nesta quarta-feira (25), aos 114.270 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira descolou do que foi visto no exterior, onde os mercados fecharam majoritariamente estáveis.
O volume financeiro somou R$ bilhões, em sessão marcada por feriado na cidade de São Paulo, mas com a B3 aberta.
Em Nova York, o Dow Jones avançou apenas 0,03%, enquanto o S&P 500 recuou 0,02% e o Nasdaq, 0,18%. Investidores, por lá, continuam monitorando os próximos passos do Federal Reserve quanto ao juros, mas de olho agora também nos balanços corporativos.
“Tivemos uma queda no dólar devido a entrada de capital estrangeiro na Bolsa, em meio a expectativas de um fim de ciclo de alta de juros no mercado americano”, diz o economista Paulo Paiva. “Os balanços da Microsoft, porém, também repercutiram negativamente no mercado”.
O resultado da Microsoft, divulgado ontem, foi bem recebido no mercado, principalmente pelo avanço das receitas de computação em nuvem. Hoje, porém, a companhia divulgou seu novo guidance para 2023, que foi considerado negativo. Nele, os executivos pontuaram, justamente, que o faturamento com o serviço de cloud está desacelerando, o que aumentou o temor de recessão.
“Resultado de companhias americanas acabou virando gatilho de queda, após algumas altas. Tivemos a revisão de guidances, de projeções, para 2023. Começou com a Microsoft e outras companhias, pesos pesados, também estão para divulgar resultados”, acrescenta Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O Brasil, e os demais emergentes, acabam se beneficiando nesse cenário de menor pressão altista dos treasuries yields. Os títulos do tesouro americano em patamares elevados costumam a gerar fluxo de capital para a maior economia do mundo.
Além disso, o Ibovespa e o real, e demais ativos de outros países emergentes, vêm se beneficiando também da perspectiva de reabertura chinesa, impulsionando empresas de commodities.
“Nos últimos dias, tivemos ruídos fiscais e políticos sobre os ativos locais, mas agora temos uma diluição dos riscos, que traz queda dos prêmios na curva de juros e queda do dólar frente ao real”, diz Spiess. “Há um fluxo estrangeiro. O Bank of America falou bem do Brasil e a call para emergentes virou consenso entre as casas. Em uma abertura chinesa, com tom positivo para commodities, o Brasil é um ganhador”.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram algumas ações de companhias exportadoras. Os papéis ordinários da CSN Mineração (CMIN3) ganharam 2,99%, e as preferenciais da Petrobras (PETR4), 1,28%.
“A demanda pelas ações da WEG (WEGE3), Banco do Brasil (BBAS3), B3 (B3SA3) e Eletrobras (ELET3) ajudaram a impulsionar o Ibovespa no dia de hoje. O recuo dos juros e o valuation atrativo dos ativos brasileiros favorecem a tomada de risco. Esse cenário fortalece o real frente ao dólar que negocia abaixo dos R$ 5,10 e reforça a tese de atratividade do Brasil ao capital de risco”, complementa Leandro De Checchi, analista da Clear. “De fato, o cenário econômico poderia ser melhor, porém o Brasil ainda está “barato” perto do mundo e isso está sendo precificado desde meados de dezembro”.
Destaques, ficaram, então, para companhias de melhor liquidez, principalmente para o setor de utilidades, que é bem visto pelos estrangeiros.
Ajudou, por fim, o clima maior de otimismo com os ativos brasileiros, por fim, a publicação dos credores da Americanas, que retirou, segundo especialistas, um pouco da incerteza do radar.
O dólar fechou em queda de 1,22% frente ao real, a R$ 5,079 na compra e a R$ 5,080 na venda. A curva de juros fechou sem direção exata. Os DIs para 2025 perderam 1,5 ponto-base, a 12,67% e os para 2027 ficaram estáveis, a 12,73%. Os contratos para 2029 e 2031 ganharam, respectivamente, dois e quatro pontos, a 12,96% e 13,07%. Os DIs para 2031 subiram quatro pontos, a 13,07%.
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Fonte
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