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A sessão desta quinta-feira (18) é marcada por mais discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que podem balançar os humores dos agentes financeiros e indicar uma trajetória mais clara para os juros americanos neste ano.

Na véspera (17), parte do mercado leu a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) como mais dovish (menos inclinada ao aperto monetário).

Os reflexos dessa leitura não tardaram a aparecer: os contratos futuros dos Fed Funds mostravam nesta manhã que havia uma probabilidade de 63,5% de que a autoridade monetária elevasse os juros em 0,50 ponto percentual na reunião de setembro. Uma semana antes, a chance de alta nesse patamar era de 57,0%, segundo o CME Group.

Mas a avaliação de que o Fed pode desacelerar o ritmo de elevação dos juros ainda não é consensual. Por essa razão, o mercado aguarda mais pistas nos discursos previstos para hoje, juntamente com a apresentação de dados de seguro-desemprego e de vendas de casas usadas.

Números de inflação também são destaque na Europa. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 8,9% nos últimos 12 meses até julho – atingindo nova máxima histórica.

Na cena doméstica, o mercado monitora ainda as negociações entre estados e União referente a perdas com arrecadação após desoneração do ICMS, além do impacto que um possível aumento de 18% no salário do Poder Judiciário poderia gerar nas contas públicas.

No Tesouro Direto, os juros oferecidos por títulos públicos operam de forma mista nesta manhã. Papéis prefixados registram leve alta nos retornos, enquanto títulos atrelados à inflação apresentam recuo nas taxas.

Os maiores juros oferecidos pelos prefixados às 9h20 estavam no papel com vencimento em 2033, de 12,02% ao ano, o que representa um leve avanço em relação aos 12% ao ano registrados na véspera (17).

Papéis atrelados à inflação apresentam movimento oposto. A maior queda é registrada nos títulos Tesouro IPCA+ 2035 e 2045, que viram a rentabilidade real cair de 5,81% para 5,77% ao ano, na primeira atualização de hoje.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (18): 

Fonte: Tesouro Direto

Commodities e inflação na Europa

Com foco nos próximos passos das autoridades monetárias, investidores repercutem dados do CPI da zona do euro. Segundo a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, o índice de preços ao consumidor avançou 8,9% nos últimos 12 meses e 0,1% em julho na comparação mensal.

Ambos os resultados vieram em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Apenas o núcleo do CPI do bloco – que desconsidera os preços de energia e de alimentos – teve ganho anual de 4% em julho, confirmando a estimativa prévia. Já no confronto com junho, o núcleo do índice recuou 0,2% no último mês.

Atenção também para os preços de commodities. Os contratos futuros de petróleo eram negociados em alta, por volta das 9h30 (horário de Brasília). O Brent avançava 1,37% aos US$ 94,99, enquanto o WTI subia 1,16%, aos US$ 89,13.

Reajuste judiciário, Auxílio Brasil e combustíveis

Na cena política, um reajuste de 18% nas remunerações do Poder Judiciário poderia gerar efeitos da ordem de R$ 1,8 bilhão em 2023, R$ 5,5 bilhões em 2024 e R$ 6,3 bilhões de 2025 em diante para a União, segundo cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal.

A proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) de reajustar os salários da magistratura complicou ainda mais a elaboração do projeto do Orçamento de 2023, que precisa ser enviado ao Congresso Nacional em duas semanas.

Também na seara política, Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que, para manter o auxílio extra de R$ 200 no ano que vem, “basta aprovar reforma tributária um dia após a eleição”.

Ainda sobre a continuidade do benefício, Guedes afirmou que uma possibilidade seria corrigir o limite para isenção de Imposto de Renda e tributar lucros e dividendos.

O ministro afirmou ainda, durante evento da TAG Investimentos, que até então as despesas extras, incluídas as relacionadas ao auxílio emergencial, seriam cobertas por receitas extraordinárias.

De olho em um novo mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ontem (17) que conversou com parte da equipe econômica e garantiu no Orçamento a manutenção da zeragem dos impostos federais sobre gasolina, diesel, álcool e gás de cozinha em 2023.

Em evento com prefeitos em Brasília, o candidato à reeleição afirmou que negocia com o Ministério da Economia a possibilidade de zerar também os tributos federais sobre o querosene de aviação.


Fonte

www.infomoney.com.br

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