A identificação de cotistas que solicitam a convocação de assembleias para a discussão de mudanças nos fundos imobiliários tem sido cada vez mais questionada no mercado de FIIs. A discussão teve início com o caso do Banestes Recebíveis Imobiliários ( BCRI11), cujos investidores teriam desistido do pedido após a carteira cobrar o nome dos solicitantes. Nesta quinta-feira (4), foi a vez do BlueCap Renda Logística (BLCP11) entrar no debate.
A pedido da BlueCap Gestão de Recursos – gestora do fundo – a 1ª Vara Empresarial e Conflito de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu os efeitos da assembleia geral extraordinária (AGE) que decidiria sobre a incorporação da carteira pelo BTG Pactual Logística (BTLG11).
A AGE foi realizada nesta quinta-feira (4) e, de acordo com o administrador do fundo – o BTG Pactual –, terá os resultados apurados nesta sexta-feira (5). As deliberações, no entanto, não terão efeito, conforme a decisão da 1ª Vara Empresarial.
A convocação da assembleia e a incorporação do fundo pelo BTG Pactual Logística foram propostas em maio de 2022 por investidores detentores de mais de 5% das cotas do FII BlueCap Renda Logística.
A gestora da carteira, porém, acionou a 1ª Vara Empresarial e Conflito de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo alegando falta de transparência na iniciativa dos cotistas. A BlueCap Gestão de Recursos cobrava os nomes dos responsáveis pela solicitação da AGE, até então mantidos em sigilo.
Na última quarta-feira (3) – véspera da AGE –, os investidores chegaram a revelar suas respectivas identificações, mas a gestora considera que a divulgação da informação foi tardia para legitimar as decisões da assembleia, argumento aceito pela 1ª Vara Empresarial.
O portfólio atual do fundo é composto por cinco imóveis localizados em São Paulo e Minas Gerais. Juntos, os espaços somam 69 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e estão 100% ocupados, de acordo com o último relatório gerencial.
Além do Banestes Recebíveis Imobiliários e do BlueCap Renda Logística, o FII RB Capital Office Income (RBCO11) também condicionou a convocação de uma AGE solicitada por cotistas à identificação dos responsáveis pelo pedido.
Ifix hoje
Na sessão desta sexta-feira (05), o IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – opera no campo positivo. Às 11h03, o indicador registrava alta de 0,18%, aos 2.816 pontos. Confira os destaques de hoje:
Maiores altas desta sexta-feira (05)
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Outros | 3,52 |
RECT11 | Rec Renda Imobiliaria | Híbrido | 1,56 |
RBRP11 | RBR Properties | Outros | 1,41 |
GGRC11 | GGR Covepi Renda | Logística | 1,14 |
BPFF11 | Brasil Plural Absoluto | Títulos e Val. Mob. | 1,03 |
Maiores baixas desta sexta-feira (05):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
MCHF11 | Mauá Capital Hedge Fund | Títulos e Val. Mob. | -1,7 |
FCFL11 | Campus Faria Lima | Outros | -1,3 |
BLMR11 | Bluemacaw Renda+ FOF | Títulos e Val. Mob. | -1,11 |
HSAF11 | HSI Ativos Financeiros | Títulos e Val. Mob. | -1,07 |
VIFI11 | Vinci Instrumentos Financeiros | Títulos e Val. Mob. | -0,73 |
Fonte: B3
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Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) vende andar do Bravo! Paulista por R$ 9 milhões
Em fato relevante divulgado nesta quinta-feira (4), o FII Rio Bravo Renda Corporativa comunicou a venda do décimo andar do Edifício Bravo! Paulista, localizado na Alameda Santos, em São Paulo (SP).
A negociação do espaço – de 359 metros quadrados – é resultado do exercício de opção de venda firmado com a empresa que gerenciou o projeto de retrofit do edifício. O imóvel foi negociado por R$ 9,05 milhões.
O pagamento será realizado em quatro parcelas de R$ 2,264 milhões mensais e consecutivas, sendo a primeira parcela prevista para setembro de 2022.
Com a transação, o Rio Bravo Renda Corporativa gerou um ganho de capital na ordem de R$ 2,6 milhões, equivalente a R$ 0,72 por cota. O montante representa um retorno de 18%.
Com patrimônio líquido de R$ 719 milhões, o portfólio do fundo está dividido em nove imóveis que somam uma ABL de 43 mil metros quadrados. A taxa de vacância atual da carteira – focada no segmento de escritórios – está em 31,8%.
Dividendos hoje
Confira quais são os 25 fundos que distribuem rendimentos nesta sexta-feira (05):
Ticker | Fundo | Rendimento |
SOLR11 | Solarium | R$ 7,16 |
SPAF11 | Spa | R$ 5,91 |
PORD11 | Polo Créditos Imobiliários | R$ 1,50 |
ARRI11 | Átrio Reit Recebíveis Imobiliários | R$ 1,31 |
FRHY | Fronteira Multi | R$ 1,28 |
RZTR11 | Riza Terrax | R$ 1,25 |
[ativo=IDGR11] | Unidades Autônomas II | R$ 1,16 |
HSAF11 | Hsi Ativos Financeiros | R$ 1,00 |
VVPR11 | V2 Properties | R$ 0,85 |
IDFI11 | Unidades Autônomas | R$ 0,81 |
STRX11 | Starx | R$ 0,75 |
BPFF11 | Brasil Plural Absoluto Fundo De Fundos | R$ 0,75 |
EVBI11 | VBI Consumo Essencial | R$ 0,75 |
LVBI11 | VBI Logístico | R$ 0,74 |
HSML11 | HSI Malls | R$ 0,65 |
HOSI11 | Housi | R$ 0,56 |
PVBI11 | VBI Prime Properties | R$ 0,56 |
ABCP11 | Grand Plaza Shopping | R$ 0,53 |
NSLU13 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | R$ 0,46 |
NSLU11 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | R$ 0,46 |
NSLU14 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | R$ 0,46 |
SPTW11 | Sp Downtown | R$ 0,40 |
NSLU15 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | R$ 0,38 |
LASC11 | Legatus Shoppings | R$ 0,35 |
NSLU16 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | R$ 0,34 |
HSAF13 | HSI Ativos Financeiros | R$ 0,30 |
HSAF14 | HSI Ativos Financeiros | R$ 0,30 |
HSAF15 | HSI Ativos Financeiros | R$ 0,30 |
PLRI11 | Polo Recebíveis Imobiliários I | R$ 0,25 |
VPSI11 | Polo Shopping Indaiatuba | R$ 0,18 |
LIFE16 | Life Capit | R$ 0,14 |
[ativo=LIFE11] | Life Capit | R$ 0,14 |
LIFE15 | Life Capit | R$ 0,14 |
LIFE14 | Life Capit | R$ 0,14 |
LIFE13 | Life Capit | R$ 0,14 |
LIFE17 | Life Capit | R$ 0,14 |
LIFE18 | Life Capit | R$ 0,14 |
VGHF11 | Valora Hedge Fund | R$ 0,12 |
[ativo=RURA11] | Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário | R$ 0,11 |
LIFE19 | Life Capit | R$ 0,10 |
Fonte: InfoMoney. Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.
Giro Imobiliário: cresce número de FIIs que rendem acima da Selic, mesmo após taxa de juros subir para 13,75%; por quê?
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (3), para 13,75% ao ano. Enquanto economistas discutem se o ciclo de alta chegou ou não ao fim, investidores procuram as oportunidades abertas com o novo patamar da taxa básica de juros. Via de regra, as aplicações de renda fixa são beneficiadas, enquanto o retorno de ativos de risco, como os fundos imobiliários, perde atratividade – mas isso não é verdade sempre. Ainda há um grupo de FIIs que rendem mais do que a Selic. E mais: ele está crescendo.
Um levantamento com dados da Economática – plataforma de informações financeiras – mostra que, dentre os fundos imobiliários mais negociados na B3, pelo menos 24 apresentam um dividend yield (taxa de retorno com a distribuição de dividendos) acima de 13,75% em 12 meses.
O número atual de FIIs com retorno superior à Selic é maior do que os 18 registrados em junho, segundo o mesmo levantamento, realizado na sequência da reunião anterior do Copom, assim que o Banco Central elevou a taxa básica de juros, então, para 13,25% ao ano.
O que explica que um número maior de FIIs consiga oferecer um rendimento maior que a Selic, mesmo diante de uma elevação da taxa de juros (o que, em teoria, tornaria essa tarefa mais difícil)?
Dois fatores principais ajudam a entender o fenômeno. De junho para cá, as cotações dos fundos imobiliários caíram. Só em julho, o recuo foi, em média, de 0,22%. Ao mesmo tempo, diversas carteiras distribuíram dividendos “extras”, não recorrentes, na virada do primeiro para o segundo semestre.
Os dois elementos – volume total de dividendos distribuídos e preço das cotas negociadas na B3 – são utilizados no cálculo do dividend yield dos fundos imobiliários. Como o primeiro aumentou para diversos FIIs e o segundo, na média, diminuiu, o resultado foi um número maior de fundos com taxas de retorno mais elevadas.
O levantamento de FIIs com rendimentos superiores à Selic considera apenas os fundos que compõem o Ifix – índice dos FIIs mais líquidos da B3. A lista aponta que os dividend yields chegam a ser maiores do que 18% em 12 meses, como nos casos do Valora Hedge Fund (VGHF11) e do Urca Prime Renda (URPR11). Confira os 24 FIIs encontrados entre os resultados.
Fonte
www.infomoney.com.br