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As ações ordinárias da Oi (OIBR3) operam em alta de cerca de  5%, a R$ 1,68, por volta das 11h40 (horário de Brasília) desta segunda-feira (9), primeiro dia após o grupamento, na proporção de dez para um, dos papéis.

Os papéis fecharam a sessão de sexta, último dia antes do grupamento, a R$ 0,16. Os ativos preferenciais OIBR4 também foram alvo do grupamento; os ganhos eram de 2,83% no mesmo horário, a R$ 5,45.

A decisão de grupamento foi tomada para que a Oi se adequasse às regras da B3 e objetiva diminuir a volatilidade das ações da tele – isso porque quando uma ação é negociada na casa dos centavos, as oscilações bruscas são consideradas normais.

Quando os papéis de uma empresa negociam abaixo de R$ 1 por mais de 30 dias consecutivos, a própria Bolsa notifica a companhia pedindo o grupamento. No caso da Oi, os ativos ON já estavam valendo centavos desde fevereiro deste ano. A empresa ainda conseguiu, por diversas vezes, prorrogar o grupamento.

Antes da junção de dez papéis em um, chegou a circular a proposta de um grupamento de 50 ações, que não foi aprovada.

Grupamento de ações é cilada?

Agrupar as ações para que o papel se mantenha acima de R$ 1 não garante que o preço do ativo não continuará caindo. Na verdade, a experiência de empresas nos últimos anos mostrou o contrário. Um exemplo recente é o da Saraiva (SLED3;SLED4).

No final de 2021, a rede de livrarias agrupou os papéis na proporção de 35 para um e viu os ativos derreterem mais de 20% no primeiro dia em que foram negociados em blocos. No passado, empresas como JB Duarte e Cristal Pigmentos passaram pela mesma situação, mostrando que as ações podem sofrer tombos tão grandes quanto os que levaram quando valiam menos de R$ 1.

“O grupamento em si não faz a ação cair, mas normalmente quando a empresa passa por um grupamento, já está vindo de um movimento de queda que levou aquele preço a um patamar muito baixo”, afirma Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap. “A continuidade na queda se deve muito mais aos fatos dos fundamentos da empresa continuarem se deteriorando, do que do fato do grupamento em si”.

Santander está pessimista para Oi

E há diversas casas que continuam pessimistas para o futuro da Oi. Na última semana, por exemplo, a equipe de research do banco Santander Brasil rebaixou a recomendação das ações ordinárias da Oi de “manutenção” para “abaixo de mercado” (equivalente à venda). Além disso, atualizaram também o preço-alvo, tirando-o de R$ 0,90 para R$ 0,15 (6,25% abaixo do fechamento da véspera, de R$ 0,16).

De acordo com o banco, a justificativa principal para a movimentação foi a queima de caixa maior do que a esperada nos nove primeiros meses de 2022, além da redução do consenso para os resultados operacionais no curto prazo.

“Embora a Oi tenha apresentado um desempenho significativamente inferior no acumulado do ano (-77% contra o Ibovespa), ainda vemos um risco/retorno pouco atraente para as ações. Acreditamos que a empresa deve continuar enfrentando desafios operacionais nos próximos anos, marcados por um nível ainda elevado de queima de caixa em 2023 (de aproximadamente R$ 2 bilhões)”, diz a equipe, composta pelos analistas Felipe Cheng e Cesar Davanço.

No terceiro trimestre de 2022, por exemplo, a Oi queimou R$ 1,4 bilhão de caixa – com destaque, principalmente, para os investimentos no novo negócio da companhia, que deve continuar a trazer gastos e com resultados ainda distantes.

O braço de fibra óptica da Oi, agora seu principal negócio, deve crescer de forma acelerada, com a empresa esperando praticamente dobrar o número de residências atendidas até 2025, saindo das atuais 18 milhões para 34 milhões. Do outro lado, porém, a venda dos demais ativos, como da Oi Móvel, deve levar a uma queda do faturamento.

“Prevemos que a Oi reporte uma receita líquida de R$ 10,2 bilhões (exclui operações descontinuadas) em 2023, implicando um crescimento baixo de dois dígitos em relação a 2022”, diz o Santander.


Fonte

www.infomoney.com.br

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