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A Nu Holdings (NUBR33), controladora do Nubank, teve lucro de US$ 7,8 milhões no terceiro trimestre de 2022, revertendo prejuízo de US$ 34,4 milhões de um ano antes, conforme resultados apresentados na noite desta segunda-feira (14).

A média das projeções do mercado, de acordo com a Refinitiv, apontava para prejuízo líquido reportado de US$ 11,44 milhões.

Segundo a companhia, o resultado reflete o crescimento contínuo do número de clientes ativos e o aumento do engajamento de clientes, com impacto na expansão da receita, juntamente com o aumento da margem bruta e a maior diluição de custos, alavancando sua plataforma de baixo custo.

Já o resultado líquido ajustado foi US$ 63,1 milhões no 3T22, ante prejuízo de US$ 1,2 milhão no 3T21.

A receita líquida da holding no trimestre foi de US$ 1,306 bilhão entre julho e setembro de 2022, avanço de 171,8% sobre mesma etapa de 2021. O consenso do mercado, por sua vez, previa faturamento de US$ 1,235 bilhão.

Já a receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) atingiu US$ 7,9 no 3T22, representando um aumento de 61% FXN, comparado com o 3T21.

“O aumento da ARPAC foi impulsionado principalmente pelo amadurecimento das safras de clientes do Nu e pelo lançamento de novos produtos e recursos, além de um crescimento saudável do volume de transações, uma expansão robusta do portfólio sujeito a ganho de juros do Nu e um crescimento do volume de compras e das taxas de intercâmbio relacionadas”, explica a holding.

Mais dados do balanço da Nu

O lucro bruto atingiu a cifra de US$ 427 milhões no terceiro trimestre de 2022, um aumento de 90,7% na comparação com igual etapa de 2021. A margem bruta foi de 33% no 3T22, baixa de 14 p.p. frente a margem do 3T21.

A margem de juros líquida (NIM, na sigla em inglês) atingiu 11,1% no 3T22, contra 7,7% no 3T21.

O custo dos serviços financeiros e transacionais prestados aumentou 242%, ou 242% FXN, comparado com o 3T21, atingindo US$ 879,9 milhões no 3T22. Esse custo representou 67% da receita no 3T22, contra 53% no 3T21.

As despesas operacionais totalizaram US$ 421,9 milhões no 3T22, um crescimento de 72%, ou 71% FXN, na comparação com o 3T21, mas recuaram para 32% da receita total, contra 51% no 3T21.

Inadimplência em alta

A carteira de crédito do Nubank foi de R$ 9,2 bilhões no segundo trimestre para R$ 9,7 bilhões. A companhia adicionou 5,1 milhões de clientes no trimestre e 22,3 milhões de clientes na comparação ano a ano, atingindo um total de 70,4 milhões de clientes, um aumento de 46% na base anual.

A inadimplência de 15 a 90 dias aumentou para 4,2% e a inadimplência de mais de 90 dias aumentou para 4,7% principalmente como resultado da desaceleração na originação de empréstimos pessoais e à deterioração do cenário macro.

“O Nubank tem um saldo concentrado em renda mais baixa que a media da industria e isso faz com que a inadimplância seja maior”, explicou Youssef Lahrech, presidente-executivo do Nubank, em teleconferência com os investidores.

“Não somos imunes à deterioração da qualidade de ativos, mas superamos o sistema em bases comparáveis”, complementou Lahrech.

Questionados se veem um pico para a inadimplência no quarto trimestre deste ano ou no início do ano que vem, os executivos explicaram que todas as safras de crédito são “monitoradas” de perto.

“A grande vantagem dos nossos produtos é que a duração [do crédito] é muito curta. Nós conseguimos monitorar o desempenho deles e acelerar ou desacelerar nossa carteira rapidamente. Estamos vendo agora grandes oportunidades pra acelerar essa carteira, com grau maior de confiança”, disse David Vélez, fundador e diretor-presidente do Nubank.

Guilherme Lago, diretor financeiro do banco, acrescentou que o crescimento da rentabilidade não diminuiu a rentabilidade da carteira. “Estamos conseguindo precificar o aumento de inadimplência adequadamente. Mesmo dobrando inadimplência, nossa carteira ainda seria rentável”, disse.

Em 30 de setembro de 2022, o Nu contabilizava um portfólio sujeito a ganho de juros de US$ 3,5 bilhões, enquanto os depósitos totais eram quatro vezes maiores, atingindo US$ 14,0 bilhões. O índice de empréstimos/depósitos era de 25%.

Após a divulgação do resultado trimestral, as ações NU, negociadas na Nasdaq, sobem mais de 15% nos negócios do after market.


Fonte

www.infomoney.com.br

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