Depois de subir mais de 4% no acumulado da semana passada, o Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira (17) em baixa. O índice fechou a sessão em queda de 0,52% aos 106.373 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 15,2 bilhões, bem abaixo da média diária. A liquidez dos negócios foi reduzida hoje por causa do feriado do Dia de Martin Luther King, nos Estados Unidos – as Bolsas em Nova York não abriram.
“Com a menor liquidez, as pautas internas acabam ganhando mais relevância”, ressalva Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria. Nesse caso, o principal risco dos investidores é a ameaça de greve dos servidores federais, com uma paralisação programada para amanhã (18), com exigências de reajuste salarial.
“Essa ‘novela’ pode trazer um impacto fiscal maior do que o previsto”, explica Espinhel. O caso pode parar no Supremo Tribunal Federal caso o governo siga com a ideia de conceder aumento apenas para policiais. O judiciário poderá, por sua vez, obrigar que o reajuste valha para todos os servidores federais.
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“Podemos ver a greve dando um pouco de preço ao mercado, porém, com a semana de balanços corporativos nos Estados Unidos, o assunto tende a ficar escanteado. Claro que se houver judicialização e novas tensões entre os poderes, pode ‘dar preço’ de forma mais intensa, já que estamos construindo um cenário eleitoral”, conclui Espinhel.
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A Bolsa também sofreu com a pressão negativa vinda dos juros e do dólar. Mais uma vez, o impacto dessa junção foi sentida por varejistas, shoppings e fintechs. Porém, a maior baixa do índice foi Braskem (BRKM5) – a ação reagiu ao pedido de oferta secundária feita a CVM e Sec pelos controladores Novonor e Petrobras.
Maiores altas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
CIEL3 | 4.9505 | 2.12 |
HAPV3 | 2.9098 | 10.61 |
QUAL3 | 2.76208 | 16.37 |
GNDI3 | 2.53018 | 62 |
ENBR3 | 2.40385 | 21.3 |
Maiores baixas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
BRKM5 | -6.09663 | 48.98 |
PCAR3 | -3.56605 | 19.2 |
IGTI11 | -3.56546 | 17.31 |
ALPA4 | -3.36449 | 31.02 |
BPAN4 | -3.33007 | 9.87 |
O dólar não teve fôlego para se recuperar com consistência da baixa de mais de 2% na semana passada. No comercial, a moeda americana subiu 0,24%, a R$ 5,526 na compra e R$ 5,527 na venda.
Porém, foi um dia de ganhos de dois dígitos para boa parte dos juros no mercado futuro, sobretudo nos contratos mais longos. Na sessão estendida, a alta arrefeceu, mas o DI para janeiro de 2023 avançava sete pontos-base a 12,02%; o DI para janeiro de 2025 subiu oito pontos-base a 11,34%; os contratos pra janeiro de 2027 tinham alta de 12 pontos a 11,30% e o DI para janeiro de 2029 subia 14 pontos-base, a 11,39%.
Sem a referência dos Estados Unidos, a agenda internacional foi dominada pelos indicadores da economia chinesa. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês avançou 8,1% em 2021 e 4% no quarto trimestre, superando as projeções do mercado. Tanto as Bolsas asiáticas quanto os índices na Europa fecharam em alta repercutindo o dado.
- Euro Stoxx 600: +0,75%
- DAX (Frankfurt): +0,34%
- FTSE 100 (Londres): +0,91%
- CAC 40 (Paris): +0,88%
- FTSE MIB (Milão): +0,50%
O Banco Central chinês também reduziu juros pela primeira vez desde o começo do ano passado, o que promete injetar alguma liquidez nos mercados, mas também é um sinal de que a economia está precisando de estímulos.
Dados de produção industrial, varejo e investimentos na China foram divulgados junto com o PIB e mostram que a arrancada da economia chinesa foi puxada pelo setor externo. Com o avanço da variante Ômicron e a política de tolerância zero para Covid, a expectativa é que novas medidas restritivas severas e lockdowns impacte mais uma vez a cadeia produtiva.
Por esse motivo, os bancos já estão cortando as previsões de crescimento para a China em 2022.
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Fonte
www.infomoney.com.br