Até pouco tempo atrás, as cafeterias Starbucks estavam presentes apenas nos estados de São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso começou a mudar a partir de 2018, quando o investidor americano Ken Pope, baseado no Brasil há 14 anos, assumiu a marca por no país. Desde então, a rede cresceu em cerca de 60 lojas e chegou a sete estados. Agora, o investidor quer garantir a expansão de outra marca americana por aqui: a Subway.
Por trás da SouthRock Capital, fundo especializado em investimentos no setor de alimentos e bebidas, está Pope. O executivo de 37 anos está no Brasil desde 2008, quando fez uma visita ao país após terminar a universidade nos Estados Unidos. “Estava procurando uma oportunidade em um setor que eu amo trabalhar, que é o varejo de alimentos e bebidas. Tem sido um prazer absoluto até agora, e estou ansioso para as várias décadas que virão neste país e nesta indústria”, disse Pope ao jornal O Estado de S. Paulo.
No caso da Subway, o primeiro contrato de Pope com a empresa foi firmado no fim de 2021. Ao contrário do que ocorria com a Starbucks pré-Pope, que ainda tinha presença tímida no Brasil, a Subway já tem um porte considerável: são 1,6 mil lojas nas 27 unidades da federação. O Brasil já é o quarto maior mercado da rede de fast-food.
Agora franqueador master da companhia no Brasil, Pope vê espaço para mais inaugurações da Subway, com lojas mais próximas umas às outras. Além de colocar o pé no acelerador, o americano também quer criar novos formatos de lojas. É o primeiro contrato do tipo que a Subway fecha na América Latina.
Momento difícil
A Subway passa por um momento difícil. Fundador da Food Consulting, Sergio Molinari diz que a empresa passou por um período de enxugamento de operações no Brasil e cerca de 500 unidades fecharam as portas. “Acredito que as lojas que fecharam já estavam no fio da navalha ou com sobreposição”, diz o consultor.
Apesar de os números do setor estarem melhorando com o arrefecimento da pandemia, 38% dos bares e restaurantes operaram com prejuízo em fevereiro, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que reúne o setor. Mesmo marcas maiores tiveram problemas: a IMC, empresa de capital aberto que é dona do KFC e da Pizza Hut no país, fez demissões e postergou a abertura de lojas.
O momento de recuperação para a alimentação fora de casa é positivo, por causa da demanda que ficou represada nos últimos dois anos, mas Molinari acredita que o investidor precisará fazer uma análise criteriosa dos ativos. “O raciocínio será mais financista, e as lojas serão abertas só onde houver viabilidade econômica e comercial”.
Expansão sem metas
Apesar de dizer que o plano é de expansão, Pope não revelou a projeção de inaugurações para a Subway ou para Starbucks — no caso da rede de cafeterias, foram abertas cerca de 60 lojas em quatro anos (a empresa tinha 113 unidades em 2018).
Pope ganhou força no Brasil ao assumir a Starbucks, após a marca ter ficado um tempo sob a gestão da matriz americana. A rede foi trazida ao país pela empresária Maria Luísa Rodenbeck, que morreu em um acidente de carro em 2007 (ela já havia sido a responsável pela chegada do McDonald’s, no fim dos anos 1970).
Além da Starbucks e da Subway, a SouthRock tem em seu portfólio também os direitos da rede TGI Fridays — modelo que nunca “pegou” por aqui — e da Brazil Airport Restaurants, voltada a praças de alimentação de aeroportos.
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Fonte
www.infomoney.com.br