A dívida da Americanas (AMER3) com bancos nas operações de “risco sacado”, causa principal do rombo contábil de R$ 20 bilhões no balanço da companhia, soma R$ 13,6 bilhões, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. Ao todo, os débitos da varejista junto às instituições financeiras chegam a R$ 18,5 bilhões.
Entre os principais credores da Americanas estão Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Safra, com R$ 4,7 bilhões, R$ 3,7 bilhões e R$ 3,4 bilhões a receber somando todos os tipos de financiamento, respectivamente. Ao se levar em conta apenas o risco sacado, o Bradesco lidera com uma dívida de R$ 3,9 bilhões, com o Itaú na sequência (R$ 2,7 bilhões).
Para evitar a antecipação no vencimento desses empréstimos, a Americanas obteve na sexta-feira (13) uma liminar da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que evita o bloqueio e sequestro de recursos e bens da companhia.
A decisão dá fôlego para a empresa enfrentar uma crise sem precedentes após ter anunciado um rombo contábil de R$ 20 bilhões. Além, disso, pós essa decisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu 30 dias corridos para a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial.
Ao tribunal, a Americanas alega que possui cerca de R$ 40 bilhões em dívidas – que é a soma do rombo no balanço com a dívida bruta já reportada na peça, de R$ 19,3 bilhões.
Para justificar o pedido de liminar, a varejista apontou que já foi notificada pelo BTG Pactual sobre a antecipação de vencimento de um financiamento de ordem de R$ 1,2 bilhão. Alega ainda que, caso todos os vencimentos fossem antecipados, a empresa ficara inoperante.
Aporte é discutido
Na noite de sexta-feira (13), a Bloomberg informou, citando fontes, que os acionistas de referência da Americanas, da 3G Capital (leia-se Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto “Beto” Sicupira), estão propondo realizar uma injeção de capital de cerca de R$ 6 bilhões.
A oferta teria sido feita durante negociações que aconteceram nesta sexta-feira com o ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, e os credores, alguns dos maiores bancos do Brasil. Contudo, os banqueiros consideraram pouco e estão pedindo mais do que R$ 10 bilhões; assim, as negociações continuarão na segunda-feira (16).
Venda de ativos
Ainda de acordo com a reportagem, durante a negociação com os bancos, se discutiu a possibilidade de a Americanas se desfazer de alguns negócios para levantar recursos.
Estão no radar as vendas da Natural da Terra, comércio de alimentos orgânicos e saudáveis comprada há pouco mais de um ano, e a participação da Americanas na Vem Conveniência, uma joint venture com a Vibra – a parte da varejista no negócio é avaliada em R$ 1 bilhão.
Fonte
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