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Os resultados da CSN (CSNA3) e da CSN Mineração (CMIN3) do terceiro trimestre de 2022 (3T22) não tiveram uma leitura muito positiva dos analistas, que já não esperavam números muito bons para mineração e siderurgia.

Ainda assim, CMIN3 tinha ganhos de 5,76%, a R$ 3,49, às 11h50 (horário de Brasília) desta terça-feira, enquanto CSNA3 subia 4,64%, a R$ 12,85, no mesmo horário. Boa parte do avanço ocorre em meio às especulações de que a China possa flexibilizar suas medidas de restrição contra a Covid-19, depois das sinalizações de manutenção da política aliada aos dados fracos do país impactarem o mercado para baixo. Nesta data, o contrato futuro do minério de Dalian avançou 2,2%, após perdas de 15% em outubro. As ações da Vale (VALE3) também registravam ganhos, de 4,47%, a R$ 70,11.

Olhando para os balanços do terceiro trimestre, a Eleven aponta que o resultado da CSN foi fortemente impactado pela redução dos preços do aço e minério no trimestre e maiores custos em siderurgia. A incorporação da LafargeHolcim nos resultados e a dinâmica positiva da divisão de cimentos atenuaram em parte os resultados negativos dos principais segmentos da companhia.

“Apesar de todos os segmentos apresentarem crescimento significativos em volumes, tanto os menores preços do minério e do aço, como maiores custos operacionais, principalmente na siderurgia, fizeram o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] da companhia reduzir 17% frente ao 2T22”, avaliam os analistas da casa.

O principal destaque negativo foi a siderurgia. com Ebitda de R$ 1,3 bilhão, 34% inferior ao 2T22, com um preço médio 8% abaixo e um custo 11% acima do trimestre passado, mesmo com o custo de placa por tonelada retraindo 6% a R$ 4.133 a tonelada. No entanto, o volume apresentou boa dinâmica crescendo 9% no trimestre e 18% no ano, mostrando um mercado interno aquecido.

A Eleven colocou seu preço alvo em revisão para incorporar as compras recentes e o cenário de deterioração dos preços do minério e do aço.

Para o Bradesco BBI, a CSN postou números de linha com o previsto. No lado do aço, a CSN conseguiu aumentar significativamente os volumes, superando o desempenho geral do mercado.

“A empresa continuou a sentir as pressões de custo, que, combinadas com os preços mais baixos do aço, levaram ao Ebitda por tonelada do aço para algo em torno de US$ 210, contra US$ 360 a tonelada no 2T22”.

O BBI nota que os custos do aço devem ter tendência de queda à medida que os preços mais baixos das matérias-primas aparecem nos resultados.

“Além disso, os números de cimento foram mais fortes em relação às nossas expectativas, enquanto os resultados devem
começar a sentir todo o benefício dos ativos da Holcim nos próximos trimestres (especialmente à medida que a CSN captura sinergias). Do lado mais negativo, a alavancagem financeira aumentou, enquanto a empresa avançou alguns investimentos devido a atrasos nos projetos de expansão de minério de ferro”, avalia o banco.

Para o Itaú BBA, os números foram ligeiramente negativos, com os segmentos de mineração e siderurgia penalizados pela queda de preços, apesar dos menores custos e maiores volumes na base trimestral. A alavancagem acabou saltando de 1 vez para 1,7 vez resultante da aquisição da Lafarge Holcim, mas ainda assim apresentou boa geração de caixa.

Já do lado negativo, a empresa revisou seu guidance de produção de minério de ferro (incluindo compra de terceiros) para 34 mil toneladas em 2022 (versus 36-38 mil toneladas antes) e introduziu uma nova meta de alavancagem de 1,75 vez a 1,95 vez entre 2022 e 2023 (versus 1 vez antes).

CSN Mineração

Para o BBI, assim como a Vale, a CSN Mineração reportou resultados abaixo do esperado para o 3T22 devido aos custos mais altos. O Ebitda somou R$ 926 milhões, 6% abaixo da projeção do banco, crescendo 2% no trimestre e 2% em um ano.

Já o desempenho de volume mais forte era esperado à medida que os ventos contrários da produção de materiais registrados no primeiro semestre diminuíram.

Os números foram impactados pelo preço do minério que atingiu uma média US$ 103,30 a tonelada no mercado internacional, 25% inferior ao 2T22 e pelas provisões de preços de trimestres passados que afetaram o resultado em R$ 564 milhões, fazendo o preço médio do minério da CSN atingir US$ 57 a tonelada. O volume vendido foi positivamente impactado pela sazonalidade do trimestre, atingindo 9,0 milhões de toneladas, um crescimento de 20% no trimestre e 11% no ano.

Assim como a sua controladora, a CSN Mineração atualizou (de novo) seu guidance de produção, para 34 milhões de toneladas em 2022 (de 36 a 38 milhões anteriormente), implicando uma produção de 9,6 milhões de toneladas para o quarto trimestre.

“Assim, mantemos a recomendação apenas neutra para CMIN3 e seguimos com a nossa preferência por VALE3 entre os nomes ligados ao minério de ferro neste momento”, afirma o banco.

A XP também avalia que a mineradora apresentou números fracos no trimestre, com Ebitda 5% abaixo do projetado pela casa, principalmente por conta das despesas gerais e administrativas acima do esperado.

Para os analistas, o guidance de produção para 2022 novamente revisado para baixo é uma notícia negativa. “A CMIN tem apresentado resultados decepcionantes, devido a uma mistura de produção mais baixa aliada a custos mais altos”. Contudo, a XP tem recomendação de compra para o ativo (com preço-alvo de R$ 7,80 por ação), mas destacando a dificuldade de um catalisador de curto prazo para um re-rating além de uma melhoria na demanda chinesa.

A Eleven aponta que a companhia divulgou mais um fraco resultado operacional decorrente da redução do preço do minério, mas que já era esperado. Porém houve avanços nos volumes vendidos e na redução dos custos operacionais e logísticos.

O custo C1, ou custo de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto,  foi 20,1% inferior ao 2T22 e atingiu US$ 19,40 a tonelada, como consequência dos menores custos logísticos na mina e diluição do custo fixo com o maior volume
produzido. O frete marítimo também apresentou uma redução significativa de 21% sobre o 2T22, atingindo US$ 24,10 a tonelada devido à normalização do mercado logístico transoceânico e menor pressão no custo de combustível.

A Eleven ressalta que a companhia está com uma posição de caixa bastante confortável de R$ 1,2 bilhão. Isto permite condições favoráveis para o prosseguimento de seus investimentos em ampliação de capacidade.

“Esperamos, que com uma menor volatilidade nos preços do minério no quarto trimestre, as provisões referentes aos preços possam ser reduzidas, o que pode ter impacto positivo nos resultados da companhia. Estamos com o preço alvo sob revisão para ajustar o forte declínio de preço do minério, assim como os planos da companhia para seus projetos de crescimento, que acreditamos que podem ser menores devido a deterioração do mercado”, aponta.

As ações CMIN3 registram um desempenho superior na sessão em relação à CSNA3. Contudo, em relatório, o Goldman Sachs apontou ter uma preferência relativa por CSN (com recomendação neutra) versus CMIN3 (com classificação de venda), levando em conta o cenário macro de preferência por aço versus minério de ferro, mas também por maior diversificação de lucros em um cenário incerto. “Nossa equipe de commodities espera que os preços do minério de ferro continuem sob pressão e atinjam US$ 70 a tonelada nos próximos 3 meses (spot em US$ 78 a tonelada)”, avalia.

 

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Fonte

www.infomoney.com.br

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