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A Copel (CPLE6) apresentou seus planos até 2030 a investidores neste terça (22). Há sólidas propostas de investimentos, mas o projeto de desestatização da empresa anunciado pelo seu controlador, o governo do estado do Paraná, na véspera, foi o assunto predominante quando os presentes puderam participar do evento com perguntas.

Daniel Slaviero, CEO da companhia, fez alguns comentários sobre como vislumbra a nova empresa sem o controle do Estado, mas foi cauteloso ao se expressar sobre o tema. Adiantou que o projeto de lei de desestatização já foi encaminhado à Assembleia Legislativa do Paraná, que tem um calendário próprio para deliberar sobre o assunto.

Além disso, comentou que o BNDES ainda não foi envolvido na estruturação do projeto de desestatização, uma das atribuições do banco, quando demandado. Mas disse que isso deve ocorrer em breve. Está programada para esta quarta (23) teleconferência interna para esclarecer aos colaboradores da Copel o objetivo do governo com relação à privatização.

Maior usina pode não ser vendida

O executivo disse ainda no Copel Day que a privatização tem como maior benefício para a empresa a manutenção e a preservação de seus ativos. Aliás, sobre seu principal ativo de geração, a UHE Foz da Areia, de 1.676 megawatt (MW) de capacidade, a empresa pode ficar desobrigada de perder o controle com a possível privatização.

A renovação da concessão da usina por 30 anos – que vence em setembro de 2023 – já tem minuta aprovada no Ministério das Minas e Energia, informou a empresa. O plano a seguir é da Copel vender pelo menos 51% dos 100% das ações que detém da hidrelétrica – a renovação de outorga, seguindo regras do setor elétrico, prevê que o atual administrador deve perder o controle da operação para ter a concessão continuada.

No entanto, em entrevista publicada neste terça no jornal Valor, o presidente da empresa, Daniel Slaviero, informou que o processo de venda do controle acionário da hidrelétrica está agora sendo revisto, já que caso a companhia seja desestatizada, a empresa fica desobrigada a alienar o ativo.

Política de dividendos

O CEO da empresa comentou que não haverá mudanças de política de dividendos, já que a empresa segue sob a mesma administração até que a operação de privatização seja totalmente concluída, o que deve levar um bom tempo ainda.

“Os fundamentos da companhia para esse tema de política de dividendos e investimentos não mudam no curto e médio prazos”, disse.

Investimentos

A Copel tem como plano estratégico uma série de investimentos nas áreas de atuação. Na de geração, por exemplo, prevê-se crescimento em 2 GW em energia renovável, com avanço no segmento de energia solar.

Já na área de transmissão, a companhia tem planos de ampliar em mais 2 mil quilômetros a rede sob sua administração por meio de novas concessões.

Slaviero disse até que a Copel observa os passos da Eletrobras (ELET6) na área de transmissão – a recém-privatizada companhia já anunciou reestruturação de portfólio nessa área, o que inclui desinvestimentos e reorganização das sociedades existentes.

A empresa informou ainda no Copel Day estar em fase avançada a renovação da concessão da Compagás, que permitirá realizar o leilão de privatização da distribuidora de gás do Paraná.

Cassio Santana da Silva, diretor da Copel, esclareceu que, após a decisão da renovação por mais 30 anos da concessão, que tramita em fase final nas áreas de governança da Compagaz e da Copel (que detém 51% da distribuidora de gás do Paraná), o leilão de privatização poderá ser realizado entre 180 e 210 dias.

A Copel justifica o desinvestimento para focar no seu core business de energia elétrica. A meta da empresa de energia era de alienar o ativo esse ano, mas, pelo prazo, isso só deve ocorrer meados de 2023. Os outros sócios da Compagás são a Gaspetro – controlada pela Compass, do grupo Cosan – e a Mitsui, com 24,5% das ações cada uma.


Fonte

www.infomoney.com.br

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