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A gestora americana Blackstone alertou sobre possíveis atrasos no lançamento de um novo fundo de private equity desenhado para investidores endinheirados, enquanto lida com grandes volume de resgates em dois outros fundos — um imobiliário e um de crédito – voltados para uma clientela semelhante, informou neste sábado (10) o jornal britânico Financial Times.

Sediada em Nova York, a gestora se preparava para estrear o Blackstone Private Equity Strategies Fund, ou BXPE. Ele seria direcionado indivíduos de alta renda – historicamente, a Blackstone se focou em clientes institucionais, como fundos de pensão.

Nos últimos dias, no entanto, conforme apuração do Financial Times, a Blackstone informou a clientes e consultores financeiros que pode esperar uma melhora nas condições do mercado e de captação para lançar o BXPE – inicialmente, a expectativa era de que o produto chegasse ao mercado no início de 2023.

A notícia se segue ao anúncio, no início do mês, de que a quantidade de saques solicitados em outubro no fundo Blackstone Real Estate Income Trust – conhecido como Breit – excedeu o limite mensal de 2% de o valor patrimonial líquido e seu limite trimestral de 5 %. Por isso, a companhia limitou os resgates na carteira.

Na época, a agência Dow Jones noticiou que o Breit – um fundo de investimento imobiliário não negociado com US$ 69 bilhões em ativos – foi um dos motores de crescimento da Blackstone nos últimos anos, ajudando a a atrair uma nova classe de investidores não tão ricos para aplicar em seus fundos tradicionais, mas com patrimônio para acessar produtos típicos do segmento “private”.

O Breit registrou retornos líquidos de 9,3% no acumulado do ano e de 13,1% ao ano desde o início, com uma taxa de distribuição anualizada de 4,4%. Em 2021 a Blackstone lançou um produto similar voltado para aplicações de crédito, que também sofreu resgates.

As restrições aos saques do fundo imobiliário levantaram preocupações sobre o crescimento da Blackstone, que, segundo o Financial Times, também informou aos clientes que não fará novas captações em fundos conhecidos como Blackstone Total Alternative Solutions (BTAS), concebidos há quase uma década.

Os fundos BTAS têm duração projetada de dez anos e levantam recursos junto aos investidores anualmente. O plano da Blackstone seria direcionar os clientes interessados ​​para o BXPE, desenhado para ser um veículo perpétuo que não retorna capital em um vencimento à frente.

Em entrevista nesta semana à rede CNBC, o presidente da Blackstone, Jon Gray, afirmou que os investidores nervosos com o Breit – o fundo imobiliário com resgates limitados – deveriam vê-lo como um veículo de longo prazo bem posicionado para o futuro.

Gray defendeu o posicionamento e a estrutura do fundo, observando que os investidores sabiam que havia limites para resgates. “Configuramos o produto com limitações de liquidez”, disse. “Nós o descrevemos como semilíquido porque sabíamos que em algum momento haveria um período de volatilidade e não queríamos vender ativos no momento errado sob pressão”. Em troca de sua paciência, os investidores se beneficiaram de um fundo que com bons retornos em um ambiente desafiador, afirmou o executivo.

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Fonte

www.infomoney.com.br

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