A Rumo (RAIL3) revisou para cima a previsão de capex (investimento) do projeto Lucas do Rio Verde para R$ 14 bilhões-R$ 15 bilhões, um aumento de aproximadamente 45% frente ao anunciado anteriormente. As ações fecharam em queda de 6,23%, a R$ 20,46, nesta sexta-feira (4).
O projeto terá implementação de natureza modular, realizada em fases, sendo que a primeira fase refere-se ao trecho de aproximadamente 211 km, entre as cidades de Rondonópolis/MT e Campo Verde/MT (Fase Rondonópolis-Campo Verde). A expectativa é que o processo de construção dure 3 anos, com início de operação previsto para o 1º trimestre de 2026.
“No geral, a mensagem era de exigência de capex substancialmente mais alta, o que normalmente se traduziria em retornos de projeto mais baixos. No entanto, esse efeito pode ser mais do que compensado por tarifas mais altas, uma vez que a competitividade melhorou substancialmente com custos de frete mais altos em rotas concorrentes”, comenta o Credit Suisse, em relatório.
Já o Itaú BBA destaca que este anúncio fornece visibilidade atualizada sobre o cronograma deste projeto, que não era claro para os investidores. O LRV é um projeto transformador para a Rumo, não só porque terá grande potencial de volume no médio prazo, mas também porque dará vantagem à empresa nas negociações de yield.
Analistas do BBA também ressaltam que a primeira fase para Campo Verde, por si só, já oferece potencial de retorno financeiro positivo, com uma taxa interna de retorno (TIR) real desalavancada de 12%-14%. Quanto maior o volume (até 30 milhões de toneladas), mais próxima a TIR se aproxima de 14%, segundo a Rumo.
Por outro lado, o valor de 12% estaria mais próximo do nível de 10 milhões de toneladas.
Além disso, BBA considera positivo que a Rumo já tenha encontrado um parceiro estratégico para a construção de um terminal com capacidade de 10 milhões de toneladas em Campo Verde, o que deve ajudar a diminuir o risco do projeto.
Para BBI, a elevação dos investimentos necessários para execução do projeto Lucas do Rio Verde da Rumo pode ocasionar em um impacto negativo de R$ 0,20 por ação. No entanto, a Rumo espera atingir uma TIR desalavancada de 12%-14% (R$ reais), gerando R$ 3,30/ação.
“Essa TIR considera: 1) volumes incrementais vindos da região norte do estado de Mato Grosso, 2) a migração de grãos de Rondonópolis para o terminal de Campo Verde, e 3) um preço de frete ferroviário de R$ 304/tonelada de Campo Verde para Santos. Há também potencial de valorização da renovação do programa de incentivo fiscal da SUDAM que reduz a alíquota do imposto de renda em 75%”, explicam analistas do BBI.
O Itaú BBA mantém recomendação outperform para Rumo, com preço-alvo de R$ 24, o que representa potencial de valorização de 9,9% frente a cotação de fechamento da véspera (3) de R$ 21,82. Credit Suisse e BBI também recomendam compra das ações da Rumo, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 21 e R$ 26.
A Eleven, por sua vez, tem recomendação neutra para o ativo. “Em nossa visão, o aumento da necessidade de capital para o projeto pode impactar a TIR prevista inicialmente, apesar da Rumo afirmar que se mantém intacta. Além disso, apesar de entendemos que a companhia tem espaço no balanço para seguir com os investimentos, os riscos de volumes com
intercorrências na safra e novos projetos alternativos na região trazem incertezas para retorno o projeto. Portanto, mantemos a recomendação neutra para RAIL3”, avaliam os analistas da casa, que possuem preço-alvo de R$ 21 para a ação.
Cadastre-se e saiba como utilizar o melhor das estratégias usadas pelos maiores investidores do mundo para aumentar seu patrimônio
Fonte
www.infomoney.com.br