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Em um dos principais atos de apoio organizados pela campanha até agora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, no fim da tarde desta quarta-feira (5), com vários governadores, senadores e lideranças políticas de diversas regiões do país. A maioria era de estados do Norte e do Nordeste – onde o petista teve sua maior votação no primeiro turno.

Durante seu pronunciamento, o petista afirmou que pretende comparecer a poucos debates no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), pois vai priorizar as agendas de rua e o contato direto com o eleitor para conquistar votos.

“Eu gosto de comício, de passeata, de carreata. Eu acho que na campanha a gente tem que olhar no olho das pessoas. A gente tem que sentir o bater do coração das pessoas”, disse Lula. “Sei que vai ter debate, mas eu não vou fazer mais debate que o necessário. Posso fazer um ou dois debates, mas eu quero ir para a rua conversar com esse povo”, completou.

Elogio a Simone, visita a FHC e “alfinetada” em Ciro

No dia em que recebeu os apoios do PDT – partido de Ciro Gomes –, de Simone Tebet (MDB) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula agradeceu pelo endosso à sua candidatura, mas aproveitou para alfinetar seu ex-ministro.

Para Simone Tebet, que apresentou propostas a serem incorporadas pelo plano de governo de Lula, o ex-presidente foi só elogios. “A companheira Simone acaba de lançar o manifesto dela, que é muito bom. Acho muito importante que seja assim. É um apoio formal, é um apoio programático”, afirmou.

Também apoiado por FHC, Lula manifestou o desejo de fazer uma visita ao ex-adversário – que o derrotou em duas eleições para a Presidência, em 1994 e 1998. “Além do apoio do Lupi e da Simone, eu vi algumas fotografias publicadas pelo Fernando Henrique Cardoso [nas redes sociais]. Fiquei emocionado”, disse Lula.

“Hoje eu falei com o filho dele e disse que eu e o Alckmin gostaríamos de fazer uma visita ao FHC. A gente só quer fazer uma visita humanitária de velhos companheiros, já que a vida é dura e ela passa, e muitas vezes a gente não percebe”, afirmou.

Ao comentar o apoio do PDT, o petista lembrou que, no segundo turno da eleição de 1989, ele teve de pedir apoio a Leonel Brizola – figura histórica do atual partido de Ciro. Segundo Lula, naquela eleição Brizola chegou a sugerir que ambos renunciassem às suas candidatura e apoiassem Mário Covas (PSDB).

Neste momento, Lula citou Ciro, afirmando que o pedetista queria que Fernando Haddad (PT) não fosse candidato em 2018, para apoiá-lo. “Quem quer ir para o segundo turno tem que passar pelo primeiro. Não tem como cortar caminho. As pessoas precisam disputar as eleições”, afirmou, completando que ficou “muito feliz com o apoio do PDT” no segundo turno.

Em outro momento do discurso, Lula rebateu críticas de Ciro ao modelo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) adotado nos governos do PT. “Esses dias o Ciro fez umas críticas por causa do Fies… O Fies vai voltar e nós ainda vamos financiar”, disse o petista.

Governadores e senadores

Participaram do encontro com Lula os governadores Helder Barbalho (MDB-PA), Rui Costa (PT-BA), Carlos Brandão (PSB-MA), Clécio Luís (Solidariedade-AP), Paulo Câmara (PSB-PE), Paulo Dantas (MDB-AL), João Azevedo (PSB-PB) e Regina Sousa (PT-PI). A governadora do Ceará, Izolda Cela, foi convidada, mas não compareceu.

Também estiveram presentes os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Jader Barbalho (MDB-PA), Kátia Abreu (PP-TO), Jean Paul Prates (PT-RN), o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), entre diversas outros.

“Essa diferença [de votos pró-Lula no Nordeste] tem um caráter estratégico decisivo para essa eleição”, avaliou o senador eleito Flávio Dino (PSB), do Maranhão. “O Maranhão, sozinho, compensou a diferença no estado de São Paulo. Significa dizer que ampliar no Norte e Nordeste é um dos vetores da nossa vitória.”

O senador Renan Calheiros, antigo aliado de Lula, defendeu que a campanha do segundo turno tenha uma amplitude ainda maior, em busca dos votos do centro. “Nós devemos ampliar o espectro da candidatura para ter uma grande vitória na eleição”, afirmou, citando o apoio do ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles.

“Estamos preparados tecnicamente e fisicamente para suarmos a camisa e ajudar Lula a ganhar a eleição”, completou Calheiros.


Fonte

www.infomoney.com.br

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